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VIOLÊNCIA POLICIAL | Policial militar é preso em flagrante por assassinar adolescente a tiros por fazer barulho

Em Magalhães Bastos, na Zona Oeste do Rio, o adolescente Ryan Teixeira do Nascimento foi morto com um tiro nas costas por um policial militar, que teria se incomodado com o barulho que o jovem fazia ao brincar com mais dois amigos.

quarta-feira 18 de julho de 2018 | Edição do dia

Imagem: Portal do Holanda

O caso ocorreu na noite dessa terça feira (17), quando Ryan Teixeira do Nascimento, de 16 anos, brincava com outros dois adolescentes no telhado de um posto de saúde local. Incomodado com o barulho, o cabo da Polícia Militar Pedro Henrique Machado de Sá, saiu de sua casa, próxima ao local, e começou a disparar contra os jovens. Ele foi preso em flagrante, na madrugada desta quarta-feira (18). A Divisão de Homicídios da polícia civil diz ver indícios de crime por motivo fútil.

Ryan, que cursava o primeiro ano do ensino médio, treinava futebol em um projeto social próximo. Segundo a família, ele havia saído para jogar, e que tinha o costume de brincar por lá com os amigos. “Quando eu fui ver, tinham achado o meu filho em cima do posto de saúde. Eles ficavam brincando e subiam lá e depois desciam para o campo de futebol. Disseram que um morador em frente abriu o portão e atirou na direção dos três meninos que estavam em cima do posto de saúde. Ficou um corre-corre, os meninos apareceram e só o meu filho não aparecia. Duas horas depois foram achar o meu filho em cima do posto de saúde baleado”, contou o pai de Ryan, que teve de identificá-lo no IML nessa manhã.

O PM que matou do adolescente já tinha uma “fama” na região. Segundo Luciléa, avó de Ryan, já havia aberto fogo contra outro morador, que veio a perder a perna. Vizinhos relatam, ainda, terem o visto agredir um deficiente físico. “Muitos moradores daqui têm medo dele e as crianças também. Ninguém quis falar ontem (com a polícia) com medo de depois ele fazer a mesma coisa que fez com meu neto”.

Essa é a polícia que supostamente defende a segurança e a ordem, mas que qualquer um que more na periferia sabe muito bem que não é isso que ela faz. A tragédia do assassinato de um jovem, nas mãos (armadas) de um matador pago pelo Estado, e que dentro e fora do horário de trabalho abusa de sua força e autoridade para oprimir os trabalhadores pobres, e o medo que sentiam seus vizinhos frente a sua impunidade, serve de exemplo do porque a polícia é uma instituição que não pode seguir existindo. Assassina por natureza, serve somente como braço armado do Estado, reprimindo os negros e pobres a serviço da burguesia. E isso se expressa perfeitamente em seus membros: assassinos violentos e corruptos, que com seus mil laços com o crime, são os inimigos mais diretos da classe trabalhadora. Posto melhor por Trotsky: “um trabalhador que entra para a polícia deixa de ser um trabalhador e passa a ser um agente fardado da burguesia”.




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