Em setembro do ano passado dentro da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, um petroleiro cometeu suicídio, até hoje as investigações da causa da morte estão em aberto.
sexta-feira 26 de fevereiro de 2021 | Edição do dia
Imagem: FUP
Em setembro do ano passado dentro da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) na Bahia, um petroleiro cometeu suicídio, até hoje as investigações da causa da morte estão em aberto. O sindicato denuncia que a gestão Petrobrás se recusa a fornecer o computador de trabalho dele meio que mantinha o trabalhador ligado à refinaria 24h, segundo o próprio sindicato a empresa quer esconder provas do assédio que resultou na morte desse trabalhador.
O que chama atenção nesse caso absurdo e fatídico é que justamente na refinaria que sofre um processo de privatização brutal não tenha restado muitas opções para o petroleiro baiano. O assédio e a falta de opção colocam o trabalhador numa verdadeira sinuca de bico, sem muitas opções para ele e para sua família.
Há assédio com os planos de demissão voluntária, ele pode “escolher” ser vendido junto com a refinaria e ter somente alguns meses de garantia de emprego, além da pressão para se mudar do estado. Isso para não falar dos terceirizados que estarão junto a suas famílias no olho da rua, sem direito a nada.
Segundo nota do próprio sindicato, as investigações não avançam pelo fato de não ter acesso aos pertences do petroleiro, nem sequer a cópia da ata da CIPA que discutiu a morte naquela ocasião, a RLAM forneceu aos investigadores e ao sindicato.
Fato é que o adoecimento mental e situações como essa não podem ser vistas como casos isolados, nem como fatalidades de trabalho. Um petroleiro se suicidar na refinaria onde trabalha diariamente é um indicativo claro de que as coisa não andam tão bem, sobretudo, em seu trabalho. As privatizações e a exposição ao vírus que petroleiros próprios e terceirizados estão expostos são fatores que prejudicam e muito a saúde mental de muitos trabalhadores.