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GREVE DOS PETROLEIROS | Petrobrás quer demitir mil petroleiros hoje: é dia de ampliar a luta contra a privatização

Hoje, a greve dos petroleiros completa sua segunda semana. Em mais de 100 unidades, dezenas de milhares de petroleiros e petroleiras se mobilizam contra a ameaça de 1000 demissões na Fafen (Fábrica de Fertilizantes, Araucária - Paraná) e a privatização da Petrobrás.

sexta-feira 14 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Nestes 14 dias, os grevistas deram diversos exemplos de luta em todo o país, seja através da venda de botijões de gás por preços razoáveis para a população, ou também pela paralisação, com grande adesão de petroleiras e petroleiros, que sabem muito bem o que significa a ameaça destas 1000 demissões na Fafen, que a diretoria deseja impor no dia de hoje (14).

O governo de Bolsonaro e Paulo Guedes, assim como seus funcionários privatistas na diretoria da Petrobrás, desejam impor a privatização da empresa. Seguem a risca o que o governo de Michel Temer já havia intensificado após o golpe institucional: impor uma agenda de ataques neoliberais, desde as reformas trabalhista e da previdência, já aprovadas, até às privatizações das empresas públicas, sendo a principal delas a Petrobrás. Querem fazer com que seja a classe trabalhadora e o povo pobre a pagar pela crise criada pelos próprios capitalistas.

Este é o motivo pelo qual a grande mídia monopolista e burguesa tenta manter um cerco, manipulando o grau de informação sobre a greve dos petroleiros. Nós do Esquerda Diário tratamos de romper este cerco, para que a greve de petroleiros tenha a projeção devida para toda a classe trabalhadora. O Estado através do judiciário, do TST ao STF, também adotou uma série de medidas repressivas, como multas e fura-greves, na tentativa de desgastar a disposição de luta dos petroleiros e petroleiras.

Veja mais: Petrobras envia carta intimidatória aos mil petroleiros com emprego ameaçado da Fafen/PR

Mesmo com todas essas tentativas da burguesia de desgastar esta greve central contra o governo Bolsonaro, chegamos ao seu 14° dia, o que mostra a tamanha moral e disposição de combate dos petroleiros grevistas. Contudo, para que a greve seja vitoriosa e o governo recue, é urgente que a luta seja ampliada. Somente a força da classe trabalhadora, junta a juventude e os movimentos sociais, com suas fileiras cerradas, é capaz de derrotar os planos privatistas de Bolsonaro e Guedes. As 1000 demissões na Fafen fazem parte deste plano de conjunto e por isso milhares de petroleiros cruzaram seus braços e pararam a produção da maior empresa estatal do Brasil.

Está força só pode ser demonstrada se as grandes centrais sindicais, como a CUT (que a FUP integra), e estudantis, como a UNE, se mobilizem para defender esta greve, organizando atos em apoio por todo o país e campanhas de solidariedade à mobilização, já que são elas as que possuem milhões de filiados, entidades estudantis e sindicatos pelo país.

Os petroleiros estão em uma dura luta e agora, e outras categorias igualmente ameaçadas tem um cronograma de mobilização muito distante. Correios tem greve para o dia 03 de março, a educação só para o longínquo 18 de março. As direções dessas categorias, especialmente CUT e CTB precisam adiantar essas mobilizações para que todas elas e os petroleiros se coordenem e tenham maior chance de derrotar Bolsonaro e os capitalistas.

Também as organizações da esquerda, como o PSOL, poderiam ajudar colocando suas forças para realizar atos e outras medidas em apoio à greve, e pondo seus mandatos parlamentares a serviço dessa luta. Essa medida seria muito importante para dar mais visibilidade à greve que sofre com o cerco da mídia e cada vez mais repressão do judiciário.

Se vencermos será uma punhalada do projeto privatista de Bolsonaro e Guedes. Toda a classe trabalhadora estará mais forte, toda a ofensiva de entrega de recursos nacionais ao imperialismo, tão defendida pela Lava Jato, por Bolsonaro, sofreria um forte baque. A vitória da greve colocaria novos patamares para enfrentarmos a entrega do pré-sal nos leilões, a venda das refinarias e terminais e oleodutos, e mais que isso permitiria colocarmos em xeque uma política de preços que está a serviço de aumentar os lucros das empresas compradoras, às custas da população brasileira.

Estaremos em condições muito melhores para avançar na necessária luta pela unidade da nossa classe, a começar por iguais direitos e salários para efetivos e terceirizados, batalhando por sua efetivação sem a necessidade de concurso, e por uma Petrobrás 100% estatal, administrada democraticamente pelo trabalhadores e com controle popular, que é o que pode garantir que essa enorme riqueza nacional esteja a serviço do povo, garantindo segurança operacional e ambiental nas operações bem como combustíveis baratos para toda a população.




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