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CORONAVÍRUS | Petrobras e SBM Offshore produzem o terror em alto-mar, 34 casos de COVID em 1 plataforma

Uma plataforma operada pela imperialista SBM Offshore à serviço da Petrobras teve mais de 60% de sua tripulação testada positiva para COVID-19. Eis o lucro acima da vida, a privatização da exploração do petróleo e a precarização das condições de trabalho colocando vidas em risco.

sexta-feira 10 de abril de 2020 | Edição do dia

O lucro acima da vida eis a máxima capitalista. Nada mais verdadeiro na indústria do petróleo e particularmente na Petrobras e em suas múltiplas operações terceirizadas, privatizadas. Um caso escandaloso apareceu na mídia hoje. 60% da tripulação de uma plataforma testou positivo para a Covid-19.
 
Uma unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) localizada entre a região sul do Espírito Santo e a região norte do Rio de Janeiro registrou 53 casos de contaminação pelo novo coronavírus. A plataforma pertence e é operada pela empresa imperialista SBM OFFshore. Dentre os 34 casos positivos, 29 deles se encontram em isolamento em um hotel da Grande Vitória. Segundo a secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo os demais petroleiros que ainda se encontram embarcados irão para o mesmo hotel onde cumprirão o período de isolamento. Ou seja, em alto-mar à muitos quilômetros da costa a empresa imperialista que presta serviço para a Petrobras está mantendo trabalhadores doentes. 
 
O lucro acima das vidas é o que move a empresa SBM e sua contratante, a Petrobras, sob mando de capitalistas, e especialmente com a intenção de privatização promovida pela gestão Castelo Branco, presidente ultraneoliberal e entreguista colocado na empresa por Bolsonaro. Juntas as empresas colocam vidas humanas em risco para irracionalmente extrair mais e mais petróleo, que apesar de seu recorde de preços baixos segue em irracional produção, com cada empresa buscando aumentar impressionantemente seu estoque aguardando o momento que o acordo OPEP+ resulte numa redução da produção e aumento dos preços.
 
A culpa da contaminação de tantos petroleiros é da holandesa SBM Offshore e da privatização da Petrobras. A ausência de testes massivos providos pelo Estado e por empresas bilionárias como essas faz de cada plataforma uma verdadeira bomba-relógio de contaminação. O ambiente confinado, o ar-condicionado central com locais com pressão negativa sempre fazem um trabalhador com gripe infectar todos, isso é ainda mais verdadeiro em tempos de COVID. A ausência de testes e esta ganância capitalista colocam vidas em risco.
 
A Petrobras escancara seu descaso com as vidas humanas não garantindo nem ao menos testes massivos aos trabalhadores próprios e terceirizados da empresa. É pura demagogia a preocupação da empresa com as vidas quando na verdade ela não garante sequer a testagem em todas as unidades onde trabalhadores apresentaram sintomas de Covid-19, bem como aquelas que tiveram casos confirmados, não só para eles mas também para suas famílias. Ao invés de uma política racional de testagem massiva para fazer um isolamento e quarentenas eficientes e que não contamine pessoas sãs do convívio desses trabalhadores, a Petrobrás mantém uma postura absurda de cortar direitos, salários e impor demissões aos grevistas enquanto, escandalosamente, aumenta os salários da diretoria da empresa (gente que tem esse cargo por ser indicada política de Bolsonaro).
 
Por isso é necessário encampar uma luta por Testes massivos já, a vida dos petroleiros são mais importantes que os lucros. Em cada unidade é preciso se organizar, exigindo EPI’s e todo material necessário para a segurança dos que seguem trabalhando e testes massivos para todas pessoas no país que tenham sintomas, todos aqueles que conviveram com estas pessoas e todos que seguem trabalhando em ambientes sem isolamento social.
 
Num momento de crise sanitária tão profundo como esse, a criação de comitês de emergência sanitária composta por trabalhadores próprios e terceirizados onde possam debater não apenas as questões referentes à saúde dos petroleiros, mas também começar a questionar o que é produzido, o que é efetivamente “essencial” para lutar por liberação de tudo que não for essencial, garantindo salário integral é extremamente necessário. Não será das mãos de um negacionista e privatista como Bolsonaro, nem de militares e políticos do “centrão” e administradores que os servem que haverá respeito a vida dos trabalhadores. Para eles somos números, somos peças para garantir seus lucros.
Lutamos por uma Petrobras 100% estatal e administrada democraticamente pelos trabalhadores, para que os lucros não estejam acima das vidas, para colocar a produção dessa riqueza natural à serviço da população brasileira.




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