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UFRGS | Pelo fim das fraudes nas cotas da UFRGS e pelo fim do vestibular

Posição do Quilombo Vermelho frente ao ataque da reitoria da UFRGS às cotas e ocupação da reitoria da universidade pelo movimento negro.

domingo 11 de março de 2018 | Edição do dia

No dia 07/03 o movimento negro ocupou a reitoria da UFRGS em Porto Alegre em defesa das cotas.

O principal motivo da ocupação foi a indignação com a grande quantidade denúncias sobre fraudes nas cotas e a decisão do reitor de definir, a partir da burocracia, em uma comissão autônoma composta pela reitoria, quem é negro ou não. Isso foi feito por recomendação do Ministério Público, parte da mesma justiça que mantém o sistema carcerário racista e sanguinário no Brasil. Qual legitimidade eles têm para legislar sobre o futuro dos jovens negros na universidade?

A partir daí estudantes negros e o coletivo Balanta ocuparam a reitoria em defesa de uma comissão do movimento negro também em conjunto com a reitoria.

A defesa das cotas raciais deve ser uma tarefa do conjunto do movimento estudantil, não somente do movimento negro organizado. É com a força da mobilização, e não com processos judiciais, que as cotas vêm sendo defendidas e mantidas na UFRGS. Somente juntando forças com todos os estudantes que se indignam com as fraudes é que seremos capazes de defender as cotas contra a reitoria. O DCE e os CAs devem chamar urgentemente assembleias para debater esse ataque, massificar o apoio e aumentar a mobilização em defesa das cotas e da ocupação.

Nós do Quilombo Vermelho estamos com todos aqueles que se indignam com as fraudes nas cotas. Não podemos permitir que a reitoria tenha o direito de decidir quem é ou não negro. Nem em uma comissão como a reitoria está buscando impor, mas tampouco em uma comissão entre reitoria e movimento negro, como o Balanta defende.

Essa é a mesma reitoria que garante o trabalho terceirizado, que explora mulheres negras dentro da UFRGS em condições de trabalho precárias, que há anos vem indeferindo estudantes cotistas e que sustenta a universidade elitista e racista como ela é.

Não cabe a reitoria investigar as fraudes, e muito menos legitimar quem é negro ou não. Defendemos uma comissão autônoma independente da reitoria, eleita a partir de assembleias de cursos, com membros revogáveis oriundos dos cursos para avaliar caso a caso e defender as cotas.

Em meio a tudo isso a reitoria ameaça reintegrar a posse do prédio com a polícia. Isso é um absurdo inaceitável. Querer utilizar a mesma polícia racista que extermina a juventude negra nas periferias para reprimir o movimento negro dentro da universidade. Isso mostra como não podemos nos aliar a reitoria em nenhum nível tampouco confiar em suas palavras. E devemos cercar de solidariedade a ocupação contra a repressão fazendo um chamado a todos os estudantes a virem para a ocupação lutar contra a repressão.

Lutamos por uma universidade radicalmente distinta com acesso irrestrito para que todo o jovem negro, branco e indígena ter acesso ao ensino superior. Por isso defendemos o fim do vestibular, principal ferramenta que é utilizada como filtro social nas universidades, e para que todas as minorias tenham acesso a uma educação digna sem segregação.

Dizem que isso é impossível, mas a anos atrás diziam que as cotas eram impossíveis dentro das universidades. Dizem hoje que é impossível o fim do vestibular, mas países como Argentina nem mesmo existe este filtro social.

Por uma universidade aberta a todos os que queiram estudar, e que esteja à serviço dos trabalhadores e do povo pobre! Em defesa das cotas raciais, rumo ao fim do vestibular! Por um movimento estudantil organizado pela base, antirracista, que lute por uma universidade à serviço dos trabalhadores!

foto:Guilherme Santos/Sul21




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