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Parar a USP contra a continuidade do golpe e a prisão do Lula. Assembleia geral já

quinta-feira 5 de abril de 2018 | Edição do dia

Nas últimas semanas, o país tem passado por acontecimentos muito intensos. O julgamento do STF, onde 11 ministros cheios de privilégios deram o aval para a prisão arbitrária de Lula - com os aplausos da globo e dos militares - foi um passo decisivo na continuidade do golpe institucional. Que só foi possível porque o PT optou por entregar as ruas à direita. As ameaças do general de reserva do Exército de que “reagiria em armas” caso o STF impedisse a prisão arbitrária de Lula, os atos do MBL e Vem pra Rua no dia 3 e a campanha que Globo, Folha e Estadão encamparam acontecem a menos de uma semana do atentado a tiros contra a caravana do ex-presidente.

O autoritarismo do judiciário, se baseia em prisões preventivas arbitrárias, vazamento de provas e depoimentos, vazamento de gravações de escutas – que já são usuais nos morros e favelas contra a população negra – que serão utilizados contra os trabalhadores, a juventude, o povo pobre e a esquerda, que sequer contam com a proteção da popularidade de Lula, em uma dita “democracia” que mantém presas quase 300 mil pessoas sem condenação, a grande maioria negras. Um enorme ataque ao direito do povo poder decidir em quem votar.

O brutal assassinato da vereadora Marielle, mulher negra e de esquerda, escancarou a real face da Intervenção Federal e da ação das forças repressivas do Estado, a polícia. O fato teve repercussão nacional e internacional e abriu profundos questionamentos ao governo golpista e aos ataques da direita.

A prisão de Lula e o ataque ao nosso direito de decidir em quem votar - apesar de nós que assinamos esta carta não votamos em Lula e nem defender seu projeto político - é uma continuidade do golpe institucional. Se prenderem o Lula, que já declarou inúmeras vezes perdoar os golpistas e confiar nesse judiciário arbitrário, o que vai acontecer com nós militantes do Movimento Estudantil e de esquerda? Essa medida vem como parte do plano da burguesia de implementar até o final a reforma trabalhista, de aprovar a reforma da previdência e no âmbito da educação pública levar até às últimas consequências seu projeto de congelamento de gastos por 20 anos, destruindo as universidades públicas.

O que já viemos sentido dentro da USP, com a tentativa de desmonte e privatização do Hospital Universitário pela reitoria, que desde o ano passado fecha alas do hospital; também a falta de professores em diversos cursos por falta de contratação fez com que matérias chegassem a ser canceladas em algumas faculdades, só tendem a se agravar. Se nos últimos dias ficamos sabendo que a reitoria está deixando os novos trabalhadores terceirizados do bandejão passarem fome ao não deixá-los comer no restaurante assim como fazem os efetivos, enquanto quilos de comida são jogados fora todos os dias. Chegando ao absurdo de não permitir com que esses trabalhadores, em sua maioria mulheres negras que recebem salários mais baixos pelo mesmo serviço, se troquem no mesmo vestiário. Promovendo uma verdadeira segregação dentro dos seus locais de trabalho. Não podemos achar que esses ataques políticos contra o direito do povo decidir em quem votar estão desvinculados dos interesses de maior ataque as universidades e a educação pública. São parte do mesmo plano dos golpistas de fazer com que sejam a juventude e os trabalhadores aqueles que paguem pela crise que eles criaram. A resposta que os servidores municipais deram a outro grande ataque (a reforma da previdência do Doria) mostra que com a luta e a organização é possível derrotar a direita e todos os golpistas.

Nós estudantes precisamos dar uma resposta a altura dessa radicalização da direita, nos aliando aos trabalhadores para barrar todos esses ataques. Para que essa organização seja possível, é mais do que necessário que o Diretório Central dos Estudantes (atualmente dirigido pelo Balaio - núcleo de estudantes petistas da USP, Levante Popular da Juventude e UJS) convoque uma Assembleia Geral, como um espaço político e deliberativo, onde possamos discutir sobre todos esses acontecimentos e tirar ações. No dia 26 está sendo chamado pelo Fórum da Seis um indicativo de paralisação das três estaduais paulistas, precisamos de uma assembleia geral dos estudantes da USP fortemente construída para que possamos deliberar nossa adesão a essa mobilização. Debatendo como o conjunto dos estudantes da USP podem se colocar em luta contra o prisão do Lula, os avanços do judiciário e da reitoria. Para construir de fato essa paralisação, é necessário que a assembleia seja uma semana antes, no dia 19, para que dê tempo de acontecer assembleias na base dos cursos. Cada centro acadêmico, especialmente aqueles que estão dirigidos pela esquerda possuem uma grande responsabilidade em organizar desde cada curso, um plano de mobilização, com reuniões, atividades e assembleias, onde os estudantes possam debater e tirar uma posição, mas também exigindo que o DCE convoque imediatamente uma assembleia geral da USP, onde possamos nos preparar para *parar a universidade contra a continuidade do golpe, a prisão do Lula e os ataques da reitoria*.




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