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Paraíba: 15M paralisa os Correios e inicia greve dos professores estaduais

André Barbieri São Paulo | @AcierAndy

quarta-feira 15 de março de 2017 | Edição do dia

Uma série de mobilizações e paralisações dos trabalhadores dos Correios, do Porto de Cabedelo e dos bancários, além dos professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), e da rede pública do Estado vão marcar a manhã e a tarde desta quarta-feira (15) na Paraíba durante o Dia Nacional de Lutas e Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista. Somou-se a mobilização a UFCG (Universidade Federal de Campina grande), que também paralisou nesse dia.

A mobilização nacional, organizada no estado pela Central Única dos Trabalhadores da Paraíba (CUT-PB) vai ser realizada em João Pessoa, Campina Grande, Cajazeiras e Belém.

Por conta da jornada de paralisação, a UFPB, a UEPB e as escolas estaduais não funcionam nesta quarta. Além da educação, a manifestação resulta na paralisação dos trabalhos no Porto de Cabedelo e nos Correios. O funcionamento do Banco do Brasil da Praça 1.817, no Centro de João Pessoa, começa a ocorrer apenas às 11h.

Em João Pessoa, a mobilização vai acontecer a partir das 13h em frente ao prédio da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev), na Avenida Getúlio Vargas, no Centro.

Pela manhã, os bancários realizam protesto em frente à agência do Banco do Brasil na 1.817, onde distribuem panfletos e pedem apoio da população. Da praça, sairão em passeata, passando por outros bancos do Centro de João Pessoa.

Já os trabalhadores dos Correios se reuniram às 7h, no Complexo Operacional Administrativo, no bairro do Cristo, e seguem para a Praça João Pessoa, onde promovem ato contra as reformas.

Em Campina Grande, a mobilização é às 8h em frente ao prédio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Rua João Lourenço Porto. Em Cajazeiras e Belém, os atos começaram às 7h com manifestação de trabalhadores dos Correios e dos professores.

Escolas estaduais entram em greve a partir deste 15M

Os profissionais da rede estadual de ensino vão entrar em greve a partir desta quarta-feira (15), por tempo indeterminado. Entre os principais pontos reivindicados estão piso salarial nacional, o Plano de Cargos, Carreira e Remuneração do Magistério e a Reforma da Previdência. Em todo o estado, serão 735 escolas paralisadas.

A greve foi convocada e aprovada no 33º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação do Estado (Sintep), o governador Ricardo Coutinho (PSB) aprovou o fim das eleições diretas para diretores escolares. "Os aposentados não tiveram nenhum aumento, direito assegurado em lei. O governo praticamente rasgou o PCCR da categoria, retirando conquistas históricas da classe da educação e seguindo a proposta desastrosa do governo federal, amargurando sucessivas perdas salariais e congelando os salários dos servidores aposentados", informou o Sintep.

Um plano de luta sério é necessário

A paralisação nacional do 15M contra a Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista não pode ser uma jornada isolada. O repúdio da população é totalmente legítimo contra as reformas neoliberais do golpista Temer, que foram propostas há meses. As centrais sindicais demoraram muito para convocar uma medida de luta, em especial a CUT e a CTB, centrais ligadas ao petismo, que seguem em sua estratégia parlamentar de preparar "com responsabilidade" a candidatura de Lula em 2018.

Para derrotar as reformas de Temer e do Congresso golpista é necessário unificar as fileiras dos trabalhadores numa frente de resistência comum contra a ofensiva dos capitalistas, que devem pagar pela crise que criaram. O "Lula 2018" não é nenhuma saída para isso, inclusive porque defende uma reforma previdenciária, feita por um "governo eleito".

Exigimos das centrais sindicais que este 15M seja o ponto de partida de um plano de luta sério, a partir de assembleias de base nas categorias, que comece pelo apoio irrestrito à greve dos professores estaduais da Paraíba para que esta triunfe, única forma de preparar de fato, e não apenas em palavras - como fazem as burocracias sindicais da CUT, CTB, nem falar da mafiosa Força Sindical - uma greve geral.

O encadeamento dessa luta e a resistência aos ataques do governo deve nos levar a questionar de conjunto a podridão desse sistema econômico e político dos ricos e poderosos. Frente a crise enorme em que estamos no país, as saídas apresentadas por políticos da ordem é descarregar em nossas costas o peso da crise que foi criada pelos próprios capitalistas. Não existem saídas por dentro deste sistema político, e a Lava Jato só busca substituir um esquema de corrupção por outro. Nossa organização e mobilização desde a base deve servir para impor por nossa força uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, para que os trabalhadores e a população possam intervir nos problemas de fundo e que faça os capitalistas pagarem pela crise com seus lucros e privilégios, rumo a um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.




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