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Fome | Para enfrentar a fome e combater o agronegócio: congelamento dos preços dos alimentos já

O resultado da política genocida negacionista de Bolsonaro e Mourão e demagógica do Congresso Nacional, STF e governadores - que primam os lucros dos imperialistas e da burguesia nacional do agronegócio à vida da população - são as cenas escandalosas de filas para receber ossos de alimentos e os números que contabilizam mais 520 mil mortos. Com os altíssimos preços dos alimentos, quase 20 milhões de brasileiros se encontram na fome. Irônico pensar isso no país onde o setor que mais produziu e lucrou foi o agronegócio. Com a força da luta dos trabalhadores e do povo pobre, para enfrentar a fome e combater os lucros do agronegócio, congelamento dos preços dos alimentos já.

Luiza EineckEstudante de Serviço Social na UnB

quinta-feira 29 de julho de 2021 | Edição do dia

Em pouco mais de um ano e meio de pandemia, Bolsonaro, Guedes e Mourão foram intransigentes quando se tratava de seu plano de ataques neoliberal aos trabalhadores, juventude, os oprimidos e o povo pobre. Não estiveram sozinhos na aplicação dos diversos ataques e ajustes que sofremos, o Congresso Nacional, STF e os governadores foram e são entusiastas desse projeto.

Apesar de hoje, enquanto Bolsonaro (junto de Mourão) enfrenta um aprofundamento da crise política em seu governo, algumas alas da burguesia e da direita do regime político brasileiro aproveitam para se colocar em oposição à Bolsonaro, porém não nos enganemos: seus projetos econômicos de ataques à classe trabalhadora e aprofundamento da barbárie capitalista são os mesmos.

Sem contar que essas mesmas alas e direita foram os que protagonizaram o golpe institucional de 2016, que fez nada menos que levar Bolsonaro ao poder, além de uma maior entrada dos militares no poder, e o aprofundamento dos ataques aos trabalhadores, que significou uma maior precarização da vida. As privatizações, as reformas, os cortes, são todos efeitos diretos do golpe.

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O resultado desse grotesco projeto foi a morte de 520 mil brasileiros, fora a subnotificação, a não vacinação de todos, principalmente, da classe trabalhadora, números recordes de desemprego, fome, insegurança alimentar, inclusive, um estudo recente feito pelo Banco Central mostrou que mais da metade (58,5%) das famílias brasileiras estão endividadas.

Agora o outro lado, irônico, da história, é de que ao passo desse cenário bárbaro, setores como o agronegócio brasileiro tiveram lucros exorbitantes, se estima uma projeção de aumento de 15,8% do faturamento deste ano em relação a 2020, são R$1,142 trilhão. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de soja, açúcar, carne bovina, carne avícola, café e está entre os maiores produtores mundiais de carne suína, milho e algodão. Inimaginável a quantidade de comida que poderia ser garantida para essas famílias, podendo tirá-las da extrema pobreza, da fome, do desemprego.

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São dados revoltantes, esse é o caráter reacionário que cumpre a burguesia nacional, deixa a população de seu país na fome, em filas gigantes para receber ossos com restos de carne, para garantir o lucro dos imperialistas e do mercado financeiro.

Editorial MRT e do Esquerda Diário: Fila do osso é símbolo da barbárie capitalista: por um plano de luta já

Na era da abundância, das grandes fábricas, da produção em massa e de toneladas de comidas, etc. O que resta aos trabalhadores, que tudo produzem, são apenas ossos e fragmentos de alimentos. É odioso esse sistema que nos explora e oprime para alguns poucos viajarem ao espaço. Da burguesia e da direita nada podemos esperar. Para enfrentar a fome, combater o agronegócio e a miséria capitalista temos de confiar apenas na força da nossa classe organizada e nas ruas.

A força e vontade de luta que se expressou nas ruas do país nos últimos meses deveriam ser canalizadas para batalhar agora por uma saída da nossa classe para crise, nas ruas. E, não por dentro das instituições do regime, como são as eleições, a CPI, ou o impeachment. Essa é política que as direções das centrais e das entidades estudantis, como o PT e o PCdoB, levam a frente, desmobilizando e pacificando as manifestações com fins meramente eleitorais e administrativos desse sistema de miséria.

Nesse sentido, setores da esquerda que defendem a participação da direita nos atos como a UP, PCB, PSTU e correntes do PSOL estão na completamente na contramão de construir uma alternativa dos trabalhadores em unidade com os mais oprimidos. A esquerda precisa romper com a subordinação à política petista e de conciliação de classes. Apenas com um plano de lutas unificado, a partir de assembleias de base por cada local de trabalho e estudo, onde esteja no centro a batalha por uma greve geral, pode avançar em derrubar Bolsonaro, Mourão, os militares e os ataques.

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Com isso, também precisamos batalhar para impor um plano emergencial de combate à pandemia, à fome e ao desemprego. Que contaria com o congelamento dos preços dos alimentos e insumos básicos, que enfrentaria de forma mais profunda a fome e atacaria os lucros do agronegócio e dos capitalistas. Junto disso, é essencial a luta por um auxílio emergencial de pelo menos um salário-mínimo que chegue para todos os que precisam, sem nenhum tipo de restrição de valor e alcance planejados pelo governo. Só é possível tirar a nossa classe das “filas do osso” com a força da nossa organização e mobilização através da luta de classes e de um programa anticapitalista.

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