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CRISE POLÍTICA | Para conter a crise política, Geddel deixa o governo

O depoimento do ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, à Polícia Federal, abriu uma nova fase da crise política no governo Temer. Um dos acusados de tráfico de influências, Geddel Vieira Lima, da Secretaria Geral de Governo, oficializou sua demissão nesta sexta, 25.

sexta-feira 25 de novembro de 2016 | Edição do dia

Como publicamos aqui, o ex-ministro da Cultura relatou à PF que foi pressionado por Temer a encontrar uma solução para uma obra de interesse de Geddel, que estava paralisada por agredir o patrimônio histórico da cidade de Salvador.

No prédio de 31 andares, com um apartamento por andar, na Ladeira da Barra, Geddel adquiriu dois apartamentos. Os apartamentos do empreendimento La Vue Ladeira Barra custam entre R$ 2,6 milhões e R$ 4,7 milhões. Apesar de Geddel justificar, em carta, sua decisão pelo “sofrimento dos familiares”, é notável que essa é uma medida de contenção da crise política.

Carta de Geddel a Temer

O depoimento de Calero ainda pode levar a abertura de um inquérito contra o presidente golpista Michel Temer. O ex-ministro relata que o presidente o convocou ao Palácio do Planalto para dizer que a decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), de embargar a obra, criava “dificuldades operacionais” em seu gabinete, na medida em que Geddel estava muito irritado, e solicitou que Calero construísse uma saída para o problema. Ele deveria encaminhar um processo à AGU (Advocacia-Geral da União).

Apesar da saída de Geddel, portanto, a crise no governo continua aberta. Cabe novamente ao judiciário arbitrar sobre a situação, pois é o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que decidirá pela abertura do inquérito ou arquivamento do processo contra Temer. Mesmo depois de aberto o inquérito, o STF deve decidir se investiga ou arquiva o conteúdo.




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