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CRISE CAPITALISTA | Para combater a crise é preciso apostar na luta com uma perspectiva anticapitalista

Quase 500 mil mortes no Brasil, mais de 3,83 milhões em todo mundo, desemprego, miséria, fome. Vidas que se perdem para a covid, mas principalmente para o capitalismo, que com sua irracionalidade, em pleno século 21 permite que um vírus seja tão letal ao negar, na prática, acesso massivo e urgente a todo tipo de contenção desde o início da pandemia. Na prática da luta, jovens e trabalhadores de vários cantos do mundo despertam ao entender que governos são mais perigosos que o vírus. Também o sistema econômico para o qual governam é mais letal, é preciso lutar com uma perspectiva anticapitalista.

quinta-feira 17 de junho de 2021 | Edição do dia

A crise em que vivemos hoje nos faz retomar as definições de Lênin e Rosa Luxemburgo: vivemos na época imperialista de crises, guerras e revoluções e o futuro, assim como o presente, é de socialismo ou barbárie. Para avançar no sentido contrário à barbárie, é preciso articular nossa luta combinando as demandas mais sensíveis e imediatas à consignas que elevem a consciência das massas rumo à conquista do único poder capaz de superar o capitalismo, o poder revolucionário da classe trabalhadora organizada.

As demandas que surgem frente à grave crise que vivemos são muitas. A crise sanitária no Brasil exige respostas emergenciais como a quebra das patentes das vacinas para imunização massiva imediata, que precisa estar ligada a uma reestruturação do sistema de saúde de conjunto, onde sejam os pesquisadores e trabalhadores que controlem a produção e distribuição de todos os recursos, acabando com a precarização construída em décadas de governos neoliberais.

A testagem massiva segue sendo uma necessidade urgente, porque sem isso é impossível organizar racionalmente o isolamento social. É básico e elementar a produção massiva de máscaras e álcool em gel para toda a população, garantidas pelo Estado. As empresas que podem produzir estes e outros itens essenciais e a pesquisa devem ser declaradas de utilidade pública e terem suas produções reconvertidas para o que for necessário para o combate à pandemia, seja com respiradores, EPIs, alimentos de qualidade, etc. Os trabalhadores dessas empresas devem controlar a produção e a distribuição, pois são os únicos interessados nas condições de higiene e segurança e em impedir os preços absurdos destes produtos essenciais, desde a medicação à alimentos adequados. Os empresários que se recusam a isso, devem ter suas empresas expropriadas sem indenização e colocadas sob controle dos trabalhadores.

Os ataques às condições de trabalho em meio à pandemia escancaram como esse sistema econômico valoriza mais o lucro que nossas vidas. É preciso enfrentar as MPs que precarizam ainda mais o trabalho, os cortes na educação, todas as reformas e privatizações, assim como lutar por um auxílio emergencial que seja suficiente para garantir o sustento das famílias que sofrem com o desemprego em meio à crise. No caminho dessa batalha é preciso lutar para desnaturalizar as más condições de trabalho, a terceirização e o desemprego, mecanismos funcionais aos capitalistas para que lucrem mais com os altos níveis de exploração do nosso trabalho.

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Para isso é preciso unir nossa classe, empregados e desempregados, terceirizados e efetivos, precários e os mais estáveis, todos em defesa deste direito mínimo que é o emprego e a existência digna para todos. Se houver empresas que tiveram que baixar a produção, não podemos aceitar que haja demissões. As horas de trabalho da empresa devem ser divididas entre todos os trabalhadores, sem redução salarial. Há emprego para todos se repartirmos as horas de trabalho enfrentando o lucro dos poucos que se apropriam da nossa força de trabalho.

Para justificar que não podem garantir serviços públicos de qualidade para toda população, os governos dizem que o problema é que não há dinheiro suficiente, uma grande mentira, já que pagam regularmente, com dinheiro dos nossos impostos, uma dívida pública bilionária que apenas enriquece banqueiros e especuladores. Na última década, somente do orçamento de saúde e seguridade social, retiraram mais de 1 trilhão de reais para o financiamento e pagamento da dívida, o que poderia financiar a construção e a manutenção de 1,3 milhões de leitos de UTI.

Lutar por essas demandas no Brasil hoje passa por enfrentar Bolsonaro, Mourão, os militares e todo o regime do golpe institucional que, mesmo com disputas internas entre frações da burguesia, estão unificadas pela manutenção desse sistema de exploração e miséria que sempre vai buscar descarregar os prejuízos da crise nas nossas costas. Essa luta só pode se dar com a organização desde a base, superando as direções burocráticas do movimento e os desvios políticos que pretendem com a frente ampla, unificando trabalhadores, juventude e todos os oprimidos, assim como suas demandas para lutar por uma saída política independente dos trabalhadores, que para nós é hoje uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana. Essa batalha é urgente, não pode esperar as eleições e nem confiar em saídas que querem mudar a aparência para manter intacta a essência. Só a confiança plena em nossas forças pode dar um sentido revolucionário à luta que recomeça a se colocar no país.




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