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REABERTURA FORÇADA POR EMPRESÁRIOS E O GOVERNADOR | Para agradar prefeitos e empresários, Leite retira bandeira vermelha onde a Covid avança

Após divulgação do mapa das bandeiras do controle do COVID-19 no estado, que colocava metade do estado em bandeira vermelha, foram feitos 37 pedidos de reconsideração. Após isso, quatro regiões foram retornadas a bandeira laranja, demonstrando falta de rigor do sistema.

terça-feira 7 de julho de 2020 | Edição do dia

Imagem: REPRODUÇÃO/JC

Nesta última segunda-feira (6), o governo divulgou o último mapa de bandeiras do sistema de abertura de quarentena do governo Eduardo Leite (PSDB - RS). A publicação mostra a retirada das bandeiras vermelhas das regiões de Erechim, Passo Fundo, Caxias do Sul e Taquara, atendendo a demanda os municípios que estiveram em bandeira vermelha em anúncio feito na sexta-feira. Ao todo, foram feitos 37 pedidos de retirada de bandeira vermelha ao Piratini. As regiões que ainda permanecem em bandeira vermelha são: Porto Alegre, Novo Hamburgo, Canoas, Capão da Canoa, Pelotas e Palmeira das Missões. Fora os municípios de Capão da Canoa e Palmeiras das Missões, trata-se simplesmente de alguns dos municípios mais populosos do Estado, incluindo o mais populoso de todos, a capital Porto Alegre.

A situação da crise sanitária no estado chega a patamares cada vez maiores, tendo atingido nesta semana marca de 32 mortes por COVID em 24 hrs, chegando à 759 mortes e 32,4 mil casos confirmados, fora os casos sub-notificados. O salto da crise é reflexo direto da política de abertura irresponsável do governo do estado que desde o início promoveu a abertura dos comércios por pressão dos empresários e dos governos municipais, mesmo que tenha feito demagogia, publicizando uma falsa responsabilidade para ganhar saldo político, inclusive com alguns setores da esquerda. Entretanto, fica cada vez mais nítido a forma de condução e as reais intenções do governo com o sistema de distanciamento “controlado”, quando o estado segue fazendo concessões aos prefeitos e ao empresariado, com uma flexibilidade impressionante em suas bandeiras, realocando municípios em suas classificações quando demandado. Longe de um sistema controlado, como foi nomeado, o estado conta com muito pouco controle efetivo no combate à pandemia, não realizando testagens massivas, não realizando investimentos massivos na saúde e nos profissionais da saúde e afrouxando cada vez mais a reabertura às cegas do comércio no estado. Tudo isso, apenas para satisfazer as vontades dos prefeitos do RS e, em especial, dos empresários, estes que são o motor de toda a demanda das medidas mais irresponsáveis, em nome da retomada de seus lucros, não importando vida dos trabalhadores e da população em geral.

Os municípios, por sua vez, seguem cumprindo o mesmo papel, vide o alastramento dos comércios autorizados a abrir na capital gaúcha, após o prefeito Marchezan (PSDB - RS) se reunir com representantes do setor e ceder a pressão. Porto Alegre já contabiliza, sozinha, mais e 4000 confirmados e 128 mortos pela doença, enquanto o principal hospital voltado para o tratamento dos pacientes de COVID (Hospital de clínicas) está à beira do colapso.

Que o trabalhador e a população em geral não se engane com falsos planejamentos feitos por aqueles cujo objetivo principal é apenas a garantia do lucro e da satisfação dos “patrões”, enquanto a população morre diariamente. Que o governo realize imediatamente testagens em massa para que de fato se tenha um mapeamento e um controle da doença, que se garanta as condições dos hospitais com equipamentos, respiradores, assim como dos profissionais da saúde com EPI’s e contratação de mais funcionários. Que os setores estratégicos ao combate à pandemia sejam geridos pelos trabalhadores organizados e que os leitos e hospitais privados sejam expropriados e postos a serviço da saúde pública.




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