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Para Moraes, justiça é lenta por causa da quantidade de roubo de celulares

Em uma divagação durante julgamento do STF sobre a ação que pode levar à restrição das regras do foro privilegiado para políticos, nesta quinta-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes tentou justificar a lentidão da justiça responsabilizando o número de processos envolvendo roubos de celulares no país, e ainda afirmou que não existe roubo de aparelhos celulares na Europa.

quinta-feira 23 de novembro de 2017 | Edição do dia

Em uma divagação durante julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a ação que pode levar à restrição das regras do foro privilegiado para políticos, nesta quinta-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes tentou justificar a lentidão da justiça responsabilizando o número de processos envolvendo roubos de celulares no país, e ainda afirmou que não existe roubo de aparelhos celulares na Europa.

O magistrado, que foi ministro da Justiça e secretário estadual de Segurança de São Paulo, ao falar sobre a disfuncionalidade da Justiça criminal brasileira "como um todo", declarou que "infelizmente há uma total distância entre Justiça, Ministério Público e polícia", apesar de a atuação de um repercutir na outra"

Moraes afirmou que "temos por mês no Brasil em torno de 80 mil roubos, sendo que destes, 65% [são] de celulares". "E, obviamente saindo até um pouco aqui dessa questão, por que se rouba tanto celular no Brasil? Porque há quem compra, há receptação", explicou.

Em seguida, falou sobre suas impressões a respeito do continente europeu: "Por que na Europa não se rouba celular? Porque polícia, Ministério Público e Justiça atuaram juntos na receptação, então há uma disfuncionalidade realmente gigantesca em relação a isto", declarou Moraes, tentando associar a disfuncionalidade da justiça brasileira com o número de ocorrências envolvendo roubo de celulares, justificando que a Polícia, o MP e a Justiça deveriam se articular melhor para resolver esse problema.

Sabemos que enquanto 40% dos presos nunca foram julgados, se a justiça burguesa tarda a julgá-los, não tarda em trancafiar a juventude pobre e negra nos presídios superlotados ao redor do país.

Sabemos também que muito poder de decisão a respeito da vida dos trabalhadores e do povo está na mão dos juízes. Nada mais justo seria, que além de ganhar o salário de uma professora (com o aumento do salário de todos os trabalhadores segundo os cálculos do DIEESE, que hoje equivalem a 3.777,93), os juízes também pudessem ser eleitos e revogáveis a qualquer instante pelo povo. Esse seria o caminho para acabar com a justiça de casta que existe do Brasil, que beneficia os ricos e pune os pobres.


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