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CORONAVÍRUS | Para Ministério da saúde é um "nível adequado" não ter testado sequer 1% da população

quarta-feira 27 de maio de 2020 | Edição do dia

Segundo o Ministério da Saúde, apenas 0,41% da população total do país foi testada, o que se torna ainda mais alarmante quando consideramos o aumento no número de mortos que chegaram a ser testados positivamente para Covid-19. Ao todo, foram 871.839 exames feitos até agora.

O secretário substituto do Ministério da Saúde, Eduardo Macário, disse ontem (dia 26) em entrevista coletiva:

“O Brasil já está conseguindo alcançar um certo nível de testagens, não ainda o ideal, mas um certo nível adequado de testagens. Ainda não é quantidade ideal, não é a necessária para o tamanho do Brasil, mas muito melhor do que nos meses anteriores”.

O Ministro substituto da saúde, tenta nos fazer acreditar que a testagem de menos de um por cento da população possa ser uma quantidade “adequada de testagens”, em meio a uma pandemia mundial. É verdade que o número é maior que a quantidade de testes feitos em meses anteriores, mas há possibilidade de nos sentirmos seguros quando analisamos a mudança de 0,2% testes feitos para 0,4% de um total de 209 milhões de pessoas no país. E vemos o resultado dessa subnotificação gerada pela falta de testes, no aumento da proporção das mortes por Covid-19 a cada 10 pessoas testadas.

Não nos surpreende a declaração do Macário, quando pensamos nas medidas desesperadas e absurdas de Bolsonaro e seu governo em tentar retomar a atividades e comércio, apenas para preservar o lucro dos empresários capitalistas, enquanto a população segue morrendo por falta de atendimento médico, quando não na mão da polícia racista e genocida, como a de Witzel, no Rio de Janeiro.

A subnotificação afeta diretamente os trabalhadores e a população pobre que não podem pagar por um teste em clínica particular e é obrigada a seguir trabalhando sem estrutura e medidas de segurança para a sua saúde.

Em debate em live da TV247, a professora da rede pública e editora do Esquerda Diário, Flavia Valle, defendeu que o enfrentamento à crise sanitária e econômica, só se dará através da luta contra a crise política. O discurso negacionista e demagógico de Bolsonaro que se estende aos seus ministros, busca lucrar sobra a vida da classe trabalhadora. Só conseguiremos dar uma saída a essa crise nacional, lutando contra esse regime e à favor da produção de testes massivos, centralização do sistema de saúde e reconversão da indústria para a produção de máscaras e EPI’s. Precisamos lutar barrando as demissões e exigindo um auxílio emergencial no valor de R$2.000.

Com isso em mente, devemos ter clara a necessidade da auto organização dos trabalhadores, impondo uma saída à crise com independência de classe, por fora do governo Bolsonaro, Mourão, militares, STF, Maia e governadores. Apenas a classe trabalhadora organizada em cada local de trabalho será capaz de vencer essa luta contra a pandemia e o capitalismo que lucra desta.




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