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ELEIÇÕES ARGENTINA | Para Del Caño, ‘primou o voto útil’, e a FIT chamará o voto nulo no segundo turno

Festejando ser a quarta força política nacional, o candidato da Frente de Esquerda fez uma primeira leitura dos resultados.

terça-feira 27 de outubro de 2015 | 00:00

Com a apuração e 97% das urnas de todo o país, a Frente de Esquerda e dos Trabalhadores consegue uma votação inédita para a esquerda argentina em cargos executivos, e se consolida como quarta força nacional, obtendo mais de 800 mil votos para o candidato presidencial Nicolás Del Caño (PTS). Esta manhã Del Caño, jovem candidato da FIT, foi entrevistado por várias mídias interessadas em conhecer sua análise sobre as eleições.

Em diálogo com Mauro Viale pela Rádio Rivadavia de Buenos Aires, Del Caño afirmou que “somos a quarta força nacional, no marco de uma eleição surpreendente para a grande maioria do país, sobretudo tendo em conta as análises prévias e o que diziam as pesquisas eleitorais”.

Sobre essa surpresa generalizada pela polarização entre Daniel Scioli (candidato kirchnerista) e Mauricio Macri (da oposição burguesa), Del Caño afirmou que “as próprias enquetes de Cambiemos [coalizão de Macri] não previam um resultado tão apertado das eleições nacionais, previam que se podia chegar ao segundo turno, mas não com um resultado destas características”. E considerou que, neste sentido, “primou muito o voto útil nos últimos dias. Cambiemos utilizou uma política de buscar a polarização. Isso se viu claramente na Província de Buenos Aires. Que tenham ganho na província onde o peronismo governou por 28 anos ininterruptamente é um fato muito importante, em um marco de candidatos que postulam uma agenda de mão dura e conservadora, levando somados mais de 90% dos votos”.

Del Caño agregou que “isso de ‘vote em mim para que não ganhe o outro’ teve um peso importante, assim como a busca por votar naquele que resultava ser ‘menos mal’. Isso fez com que o voto se concentrasse”.

Sobre a performance da FIT, cuja fórmula presidencial Del Caño encabeçou com Myriam Bregman, ambos dirigentes do Partido de Trabalhadores Socialistas (PTS), considerou que “apesar dessa polarização, o fato de que tenhamos conquistado ao redor de 850 mil votos e a conquista de uma bancada parlamentar no Congresso Nacional pela Província de Buenos Aires indica que a Frente de Esquerda se consolida”.

Por último, consultado sobre a posição da FIT frente ao segundo turno, no próximo 22/11, Del Caño assegurou que “nós, coerentemente com o que dissemos em nossa campanha, vamos chamar o voto nulo e não acompanhar nenhum dos dois candidatos. Havíamos antecipado antes do resultado que em caso de segundo turno chamaríamos o voto nulo, contra os candidatos do ajuste que combatemos. A agenda tanto de Scioli como de Macri não têm nada a ver com os interesses das grandes maiorias trabalhadoras”.




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