As páginas do Sintusp, de diversos CA’s e entidades do movimento estudantil e de trabalhadores foram derrubadas pela Justiça depois de uma ação judicial movida pelo ex-diretor da FFLCH, numa reacionária atitude de censura às liberdades democráticas do movimento de esquerda.
quarta-feira 10 de maio de 2017 | Edição do dia
Durante a greve em junho do ano passado, houve no âmbito da FFLCH uma negociação entre os Centros Acadêmicos, representações estudantis e a direção da unidade, sobre alguns pontos de pauta votados pelos estudantes. Entre eles a aprovação do maior percentual possível de vagas para pretos, pardos e indígenas através do Sisu, uma forma de implementar em alguma medida de cotas na universidade, já que a reitoria da USP se nega a aprovar cotas na FUVEST.
Nessa negociação entre as entidades estudantis e a direção da unidade, as representações estudantis trouxeram uma representação do Núcleo de Consciência Negra da USP para participar da discussão no ponto referente a cotas. A direção da faculdade, na pessoa de João Roberto Gomes Faria, vice-diretor da FFLCH na época, se opôs à presença da representante do Núcleo de Consciência Negra, não permitindo que ela tivesse palavra durante a reunião.
As representações estudantis como também um grande número de estudantes que estavam do lado de fora da reunião denunciaram fortemente o caráter racista desse posicionamento da direção, afirmando que não permitir uma entidade como o Núcleo de Consciência Negra, que há tantos anos discute e trabalha por essa pauta dentro da universidade, se manifestasse em uma discussão sobre o tema durante negociação na FFLCH, era calar a voz dos negros de dentro da universidade que lutam por cotas, dos negros que estudam na universidade, têm conhecimento sobre o tema e sofrem cotidianamente com o racismo institucional presente na USP. Diante disso, os estudantes realizaram uma manifestação em repúdio à posição da direção da FFLCH e do professor João Roberto.
Várias entidades como SINTUSP, DCE, Centros acadêmicos, coletivos, movimentos e organizações de esquerda que atuam na USP compartilharam o vídeo da manifestação que os estudantes fizeram no dia.
O professor João Roberto conseguiu na Justiça uma liminar tirando do ar, censurando as páginas do Facebook de todas as entidades que compartilharam o vídeo.
É um absurdo que a burocracia universitária e professores como João Roberto cacem e censurem, com o apoio da Justiça, as páginas do Facebook de entidades como o SINTUSP, DCE, CAELL e organizações de esquerda.
Essa ação representa um ataque violento às liberdades democráticas, ao direito de expressão das entidades que estão com a página do Facebook derrubadas por esse professor.
Repudiamos totalmente essa ação e exigimos a liberação de todas as páginas do Facebook derrubadas!
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