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PRIVILÉGIOS DOS POLÍTICOS | Padilha, com aposentadoria de 20 mil, demagogicamente diz abrir mão de parte do seu salário

Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, faz discurso demagógico dizendo que irá abrir mão de parte do seu salário que excede o teto constitucional fixado para servidores e agentes públicos. Passou longe, ainda sim de tocar nos seus privilégios de político, com uma aposentadoria de 20 mil reais.

Ítalo GimenesMestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

sexta-feira 18 de novembro de 2016 | Edição do dia

O ministro da Casa Civil disse hoje, 18, à “Rádio Gaúcha” não se sentir confortável de receber mensalmente um valor excede o teto constitucional, ainda que defenda a legalidade dele e outros ministros em fazê-lo, em tempos de ajustes e cortes nos serviços públicos, como são a PEC 241/55 e a Reforma da Previdência, medidas que ele ao lado de Temer quer executar para fazer com que a maior parte senão toda da crise seja paga pelo trabalhador e pela população pobre do país.

Padilha recebe aposentadoria no valor de R$20 mil relativa aos seus mandatos de deputado federal, mais um salário de R$ 30,9 mil, enquanto aquele teto imposto aos servidores e agentes públicos é de R$33,7 mil. O ministro disse que irá ficar com a aposentadoria e doar o excesso de seu salário que ultrapasse esse teto. Como se sujeitar-se a viver com um salário de R$33,7 mil fosse qualquer sacrifício ou uma postura coerente com os “acertos com as contas públicas”. Não passa de um puro ato de demagogia vergonhosa.

Padilha e outros dois ministros que também recebem acima do teto tiveram seus salários divulgados após a abertura de uma Comissão Extrateto no Senado pelo seu presidente Renan Calheiros, que visa investigar os casos de salários que ultrapassem o teto. Essa comissão, tampouco a atitude de Padilha, servem de exemplo para combater os privilégios dos políticos. Querem criar a ilusão de que estão cortando da própria carne para resolver a crise, enquanto criam medidas, como as já citadas, que garantem que banqueiros e empresários, os verdadeiros responsáveis pela crise, na verdade consigam lucrar com ela às custas de uma deterioração completa das condições de vida do trabalhador. Além de um jogo político de Renan com a Lava Jato, uma vez que o próprio esta ameaçado pela operação.

Devemos sim questionar e acabar com o privilégio desses políticos corruptos,que se beneficiam com dinheiro público enquanto a população vive em condições precárias. É através da luta, das ruas, das ocupações contra os ataques desse governo golpista que podemos criar um movimento nacional capaz de impor uma nova Assembleia Constituinte, que seja livre e soberana, onde sejamos sujeitos para acabar com os privilégios dos políticos fazendo com estes recebam um salário de uma professora da rede pública, o salário de um trabalhador comum, e questionar todo esse sistema que impõe miséria para a maioria da população e privilégios e riqueza para a minoria.




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