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Rio Grande do Norte | PT sela chapa de Fátima Bezerra com reacionária oligarquia Alves de vice e no Senado

No último domingo (29), o Partido dos Trabalhadores (PT) confirmou a pré-candidatura de Fátima Bezerra para reeleição ao governo do Rio Grande do Norte com Walter Alves (MDB) para vice-governador e o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT) para senador. O evento do PT com os representantes da oligarquia histórica dos Alves ocorreu no chamado "Encontro de estratégia eleitoral".

Jojo de Paulaestudante de Design da UFRN e militante da Faísca

quarta-feira 1º de junho de 2022 | Edição do dia

Esta aliança é firmada em meio à tragédia que assola o Pernambuco e o Alagoas por descaso dos governos do PSB e de Bolsonaro, combinados a novos ataques com cortes à educação e a privatização da Eletrobrás, quando a necessidade de enfrentamento à extrema-direita e aos militares recobra importância. O PT RN oferece a aliança com uma das oligarquias que jurou derrotar, a família Alves, que controla meios de comunicação como o principal jornal, Tribuna do Norte e marcada recentemente pelo escandaloso caso de roubo de dinheiro público na obra do Arena das Dunas pelo ex-ministro e ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves. E nada mais é do que parte da costura nacional feita por Lula e o PT, que vem se propondo a gerir o regime herdeiro do golpe institucional de 2016, que ao lado de Garibaldi Alves Filho (MDB) articula e prepara as eleições de 2022 no RN.

Fica claro a hipocrisia de Fátima Bezerra que na última eleição, em 2018, dizia ter derrotado as oligarquias e agora estão juntos para aprofundar ainda mais os ataques. Tem mostrado nos últimos anos que está disposta a administrar o regime do golpe, como foi a reforma da previdência estadual e o parcelamentos do reajuste dos professores, para jogar nas costas dos trabalhadores a crise do estado.

Walter Alves, filho de Garibaldi Alves Filho, herdeiro da velha oligarquia dos Alves, é atualmente deputado federal e votou a favor do processo de impeachment de Dilma e foi a favor da PEC do Teto de gastos. Seu primo, Carlos Eduardo, é ex-prefeito de Natal e tentou na última eleição que foi adversário de Fátima, em 2018, esconder o sobrenome para se afastar da imagem da família. Mas a sua gestão foi responsável pelo sistemático atraso no salários dos servidores municipais efetivos e também no atraso para pagamento das empresas terceirizadas.

Essas oligarquias, como os Alves, se beneficiam de todo tipo de privilégio e recursos fisiológicos do Estado para aumentar seu patrimônio, são responsáveis pela situação de miséria e insegurança alimentar no estado, do desemprego. Essa aliança está na contramão de dar uma resposta a esses problemas, que tem o único objetivo pro PT disputar com Bolsonaro apoio de partidos associados à terceira via que naufraga cada vez mais.

Há setores do PT, como as parlamentares Natália Bonavides, Isolda Dantas e Brisa Bracchi que votaram contra essa proposta, mas se propõe a manter as alianças que Fátima tem hoje com o vice-governador do PCdoB, Antenor Roberto. Tampouco essa proposta oferece qualquer alternativa frente a que foi essa aliança que aprovou a reforma da previdência estadual e outros ataques, além de terem se comprometido a levar daqui em diante um apoio unificado a chamar voto nos Alves junto a Fátima.

Para enfrentar a extrema-direita precisamos construir uma alternativa de esquerda com independência de classe para não sucumbir a conciliação de classes do PT, se aliando aos nossos inimigos de classe, como são o Walter Alves e Carlos Eduardo Alves, dos partidos burgueses do MDB e PDT, que cumpriram e seguem cumprindo o papel de implementar os ataques, como a reforma trabalhista e da previdência e agora defendem a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. Foram essas alianças que abriu caminho para o golpe de 2016 e o avanço do bolsonarismo e da extrema-direita. Somente confiando nas nossas próprias forças mobilizadas e com auto-organização podemos derrotar essa extrema-direita e fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise.




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