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Rombo do Postalis | PREVIC culpa a diretoria pelo rombo no fundo de pensão dos Correios

quinta-feira 7 de maio de 2015 | 00:01

Conforme viemos noticiando (link: http://www.esquerdadiario.com.br/Qu... e http://www.esquerdadiario.com.br/Tr... ), o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, Postalis, atualmente apresenta um rombo de mais de R$5,6 bilhões e tenta cobrar a dívida dos próprios trabalhadores.

De acordo com notícia publicada pelo Estadão, os relatórios da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) demonstram que os Diretores e Conselheiros do Postalis são os responsáveis pelo rombo. Foram seis meses de investigação para concluir o que já se suspeitava, boa parte da dívida foi causada por investimentos, no mínimo, suspeitos, em ações de bancos liquidados, como Cruzeiro do Sul e BVA, e também na dívida de países como Argentina e Venezuela. Além disso, uma parte do déficit foi causada pela própria ECT, que tem uma dívida com o Postalis.

A Agência Senado divulgou ontem (05/05) que a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) convocará audiência pública com a diretoria do Postalis para que se esclareça a situação. Os convidados pelo Senado a participarem da audiência são Antonio Carlos Conquista, presidente do Postalis; Wagner Pinheiro, presidente dos Correios; Carlos de Paula, diretor-superintendente da Previc; José dos Santos Neto, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (FENTECT); e Luiz Alberto Barreto, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (ADCAP).

Já entraram com ações na justiça as duas federações que representam os sindicatos da categoria, FENTECT e FINDECT, e a ADCAP. O único parecer favorável foi dado a ação da ADCAP, que levou num primeiro momento a suspensão da cobrança extraordinária, que seria feita no mês de abril. No entanto, o Postalis entrou com um recurso e conseguiu que a suspensão da cobrança será aplicada somente aos trabalhadores associados à ADCAP (cerca de 5 mil trabalhadores), enquanto os demais atingidos pela cobrança (aproximadamente 95 mil) receberiam o desconto.

Como as movimentações na justiça se deram em meio ao fechamento da folha de pagamento, os descontos não foram efetivados, porém foram gerados boletos para os trabalhadores pagarem.

Os sindicatos, como o SINTECT/SC e o SINTECT/SP estão orientando os trabalhadores a não pagar os boletos e aguardar as medidas judiciais. Desde abril os sindicatos ecetistas ligados a CSP Conlutas estão propondo uma campanha pelo não pagamento do déficit, e pela responsabilização da ECT pelo prejuízo, com o mote “O rombo é roubo”.

No Esquerda Diário, concordamos que as entidades sindicais devem utilizar também o aparato judicial para defender os interesses dos trabalhadores, e realizar uma campanha nacional contra este desconto. Porém, como viemos colocando, é preciso que os trabalhadores participem ativamente desta campanha e reivindiquem não apenas a não cobrança ou a responsabilização da ECT. O Postalis é um Fundo composto pelo dinheiro dos trabalhadores, que já são cotidianamente explorados e geram com seu suor todo o lucro da empresa. Esse dinheiro claramente foi desviado por diretores corruptos, ligados ao governo atual do PT e do PMDB. A oposição de direita liderada por PSDB tenta se aproveitar e propor CPIS, audiência no Senado.

Mas os únicos que podem e devem de fato investigar o que ocorreu com esse dinheiro e decidir quem deve ser punido para cobrir o rombo, são os próprios trabalhadores. As Federações devem chamar uma ampla campanha, organizada em cada local de trabalho, para que os trabalhadores se mobilizem e exijam a investigação independente, a punição dos responsáveis e o confisco de seus bens para cobrir a dívida, e o controle do Postalis pelos próprios trabalhadores, certamente muito mais capazes e interessados do que o bando de burocratas oficiais que tem tomado conta da diretoria e do conselho e só o que tem feito é fraudar, desviar e lesar o trabalhador.




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