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SEMANÁRIO

POEMA N°012

Júlia Santana

Imagem: Julia Santana

POEMA N°012

Júlia Santana

Novamente sinto no fundo da língua
um gosto amargo
bater de asas na boca
Constrição
Tentei cuspir por várias vezes
quando ficava fora de mim
exaurida pela busca

Mas foi num súbito clareamento de ideias
que a dialética
me pareceu definidora
do impasse

Então me conformei
que um dia
num vazio de ação
me aninhando já consumida
eu me reconhecesse em pronome possessivo
Num empréstimo que fazemos
quando nosso corpo se perde
nos limites da pele
mas permanecemos donos de nós mesmos
em absoluto

Pois me empresto a ti
para que eu me sinta completamente minha
enquanto me perco
e me acho
cadencial
e pulsantemente


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Júlia Santana

Professora da rede municipal de Contagem
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