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ABAIXO À REPRESSÃO | PM tortura e ameaça de morte ex-candidata à vice-prefeita do PCB em Manaus

sexta-feira 3 de março de 2017 | Edição do dia

Taly Nayandra, que foi candidata a vice-prefeita em Manaus, e mais outro companheiro sofreram tortura e a ameaça de morte por parte da Polícia Militar do Amazonas na noite de 25 de fevereiro. A ação foi orquestrada pela PM junto a dois homens e uma mulher não identificados, que começaram a atirar em direção à ex-candidata e a integrantes do movimento contra o aumento da tarifa dos transportes, que a acompanhavam em um bar próximo à Praça da Saudade. Em seguida ficou claro que o ataque foi orquestrado pelo governo: logo após os tiros surgia a Polícia Militar que levou Taly e um companheiro à delegacia, aonde foram torturados e ameaçados de morte.

Taly e seus companheiros tentaram fugir dos tiros dos pistoleiros, e neste momento uma viatura da Polícia Militar do Amazonas surgiu e levou presos Taly e outro companheiro. Na delegacia, os dois foram torturados com socos, chutes, nas costas, no rosto. O companheiro foi liberado primeiro, e a tortura durou mais de uma hora. Além do espaçamento, Taly foi torturada psicologicamente pelo policial que gritava “Fala alguma coisa agora, sua comunista filha da puta”.

A ex-candidata a vice-prefeita do PCB, que é conhecida na cidade por, entre outras coisas, lutar contra o aumento das tarifas de transporte, chegou a perder os sentidos. Quando recuperou os sentidos, os policiais à levaram a uma rua no bairro São Raimundo, Zona Oeste de Manaus, aonde a ameaçaram de morte novamente: disseram à Taly para correr, porque um tiro pelas costas poderia aguardar por ela.

A ex–candidata à vice-prefeita, pela coligação “Manaus por nós: construindo o poder popular”, com o PSOL-AM, publicou hoje em seu perfil que não vai se intimidar com as perseguições do governo e das forças repressivas do estado.

Veja abaixo:

A clara perseguição política contra a esquerda segue em defesa dos interesses dos empresários, como os do ramo dos transportes. Os mesmos contra os quais a juventude se levantou em junho de 2013, quando foi reprimida pelo estado a mando dos governos que os defendem. A tortura e a ameaça de morte devem ser denunciadas em todos locais de trabalho e estudo. O caso deve ser apurado, e investigadas por organismos independentes do estado e suas forças repressivas. Os sindicatos, organizações populares e organizações dos estudantes devem tomar a defesa dos militantes ameaçados, porque só assim é possível defender o direito de livre manifestação dos trabalhadores e da juventude, assim como punir os responsáveis pela execução da tortura e ameaça de morte, assim como seus mandantes.

Veja o vídeo da coletiva de imprensa do movimento "Não ao Aumento" de Manaus:

Reproduzimos abaixo nota do PCB-Amazonas sobre o ocorrido

Nota do Partido Comunista Brasileiro – Amazonas

O Partido Comunista Brasileiro (PCB-AM) vem por meio desta repudiar o espancamento que a militante Taly Nayandra sofreu por policiais militares na noite de sábado, 25 de fevereiro.

A militante relatou que, ao sair de um bar próximo à Praça da Saudade com um grupo de colegas, foi surpreendida por tiros disparados em direção ao grupo que estava com ela. Dois homens e também um mulher – não identificados, começaram a disparar tiros para o alto e também para o grupo de pessoas que, ao se depararem com a situação, começaram a correr para se proteger. Após alguns segundos, apareceu uma viatura da polícia militar que, ao invés de averiguar o que se passava, iniciou sua caçada para prender sem motivo alguns dos militantes que corriam.

A camarada Taly não conseguiu fugir e foi presa junto com outro companheiro. Ambos perguntaram aos policiais a razão da prisão, mas estes, sem prova alguma, alegaram que a camarada Taly e os demais colegas de seu grupo estariam pichando. Taly e um companheiro foram levados ao 24º DIP, no centro de Manaus. Já na delegacia, Taly foi levada para uma sala junto com outro companheiro preso junto com ela, depois ambos foram separados, e daí se iniciou a sessão de espancamento com chutes, tapas no rosto, ouvidos e socos nas costas. O rapaz foi solto. A camarada Taly, seguiu na delegacia por mais de uma hora sendo espancada por um policial que, além da opressão física, a oprimiu psicologicamente, gritando: “Fala alguma coisa agora, sua comunista filha da puta”. A camarada Taly chegou a desmaiar após o espancamento que sofreu. Depois de recuperada, os dois policiais que a espancaram a deixaram em uma rua no bairro São Raimundo, Zona Oeste de Manaus. Ao descer do carro, os policiais pediram para ela correr e não olhar para trás, pois um tiro pelas costas poderia aguardar por ela.

A camarada Taly Nayandra se juntou às fileiras do partido ainda na adolescência, período em que também adentrou na União da Juventude Comunista (UJC) e o coletivo feminista classista Ana Montenegro. Desde então, a camarada Taly se juntou a outras (os), camaradas para lutar por uma sociedade que vise ao fim da exploração de um homem sobre outro homem. Na última eleição, a camarada Taly Nayandra foi candidata a vice-prefeita da cidade de Manaus pela coligação ‘Manaus por nós: construindo o poder popular’, junto com o candidato professor Queiroz (PSOL – AM).

Mesmo com sua pouca idade, a camarada Taly é uma mulher revolucionária, não oportunista e tem representado o partido em inúmeras lutas na cidade de Manaus. Desde janeiro, adentrou com outros companheiros no movimento “Não ao Aumento da Tarifa”, visando a luta contra o reajuste da tarifa de ônibus que já passa pelo seu segundo aumento em menos de um ano.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB-AM) reitera o apoio à camarada Taly Nayandra, se solidariza e repudia a agressão que sofreu covardemente. A postura desses policiais evidência o caráter da Polícia Militar e dos governantes municipais e estaduais. É evidente que a repressão sofrida pela camarada é de caráter estritamente político, machista e misógino, quando analisamos que a camarada foi agredida literalmente pelas costas, ameaçada de morte e quase morta com um tiro pelas costas.

É inaceitável tal situação. Aguardamos por uma resposta da Polícia Militar acerca do ocorrido e iremos tomar as decisões cabíveis para que mais um crime não fique impune.

Por uma sociedade livre de toda opressão, por uma sociedade justa e igualitária. Repudiamos toda forma de opressão!

Abaixo toda repressão!
Luta Não É Crime!
Vale a pena viver quando se é comunista!
Viva a Revolução Socialista!




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