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PÃO E ROSAS | Organizar a luta contra os ajustes de Dilma e pelos direitos democráticos das mulheres

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

quarta-feira 3 de junho de 2015 | 11:49

Os ajustes de Dilma e Levy, através das MP´S 664 e 665, atacam os direitos dos trabalhadores trazendo consequências profundas nas vidas das mulheres, como a restrição ao acesso à pensão por morte e aumento do tempo de permanência em um local de trabalho para conseguir o seguro-desemprego. O PL 4330 será o aprofundamento da terceirização que já é a realidade de milhões de brasileiros, e aprofundará as condições precárias de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.

Esses ajustes e os ataques aos direitos democráticos são parte de uma mesma política de Estado organizada pelos governos petistas desde Lula, no sentido de garantir os “negócios” capitalistas às custas da super exploração da classe trabalhadora, principalmente das mulheres, LGBT e negras e negros.

Ao contrário dos discursos de dirigentes sindicais ligados aos governos e patrões, não é verdade que todos fazem sacrifícios iguais, pois a conta maior sempre pesa sobre a classe trabalhadora e, principalmente, nos setores mais oprimidos como as mulheres.

Nos próximos anos, as estimativas são de inflação alta, significando esforços extraordinários para as famílias trabalhadoras garantirem seus sustentos, e demissões que certamente atingirão mais fortemente as mulheres, pois estão nos postos de trabalho terceirizados e mais precarizados e em categorias com menor organização e que são controladas pelos sindicatos patronais. Por isso, para além de lutar contra o PL 4330, nossa luta deve ser contra a terceirização de Lula e Dilma. Devemos nos dirigir aos já existentes 12 milhões de trabalhadores precários, em defesa de seus empregos, com a bandeira da efetivação de todos os trabalhadores terceirizados sem concurso público ou processo seletivo.

Assim como fazem com as necessidades mais sentidas pela população - saúde, transporte, educação, moradia -os partidos da ordem como PT, PMDB e PSDB, usam os direitos democráticos das mulheres e LGBT como moedas de troca pela governabilidade desses partidos. São tentativas de retomar projetos como “Cura-Gay”, Estatuto da família e do Nascituro, que os setores reacionários como Eduardo Cunha e outros, tentam avançar no Congresso tendo a petulância de dizer que “o direito ao aborto só será garantido por cima de seu cadáver”, sem nenhuma reação de Dilma que se mantém no silêncio, conivente com a realidade de milhares de mulheres mortas por abortos clandestinos todos os anos.

O deputado federal do PSOL-RJ, Jean Wyllys, apresentou um projeto de lei pelo direito aborto legal, seguro e gratuito e educação sexual e direietos reprodutivos. É uma importante iniciativa, e é fundamental que o Movimento Mulheres em Luta, mulheres do PSOL, Anel, sindicatos e entidades estudantis dirigidas pelo PSTU e PSOL defendam o PL junto à um plano de luta nacional impulsionando debates onde as mulheres possam opinar no PL e campanhas que tomem as ruas para arrancar este direito no Congresso Nacional.

Para enfrentar os ajustes e lutar pelos direitos democráticos o movimento de mulheres deve buscar a coordenação com as lutas nos sindicatos e da classe trabalhadora, pois se a opressão contra as mulheres não surgiu no capitalismo, é também verdade que este sistema se apropriou muito bem do patriarcado para aprimorar sua exploração através do trabalho.

Por isso o grupo de mulheres Pão e Rosas vê como fundamental a criação de Secretarias de mulheres nos sindicatos e Secretarias de combate às opressões nas entidades estudantis para que trabalhadoras, LGBT, estudantes se organizem e lutem unificadamente com a classe trabalhadora contra todas as formas de opressões, contra a exploração e pelos direitos sociais e democráticos.




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