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EX-DIRETOR DA DERSA PRESO POR CORRUPÇÃO | Operador de corrupção tucana é preso e judiciário disfarça sua arbitrariedade contra Lula

sexta-feira 6 de abril de 2018 | Edição do dia

Foto: Antônio Cruz

O ex-diretor da DERSA (Desenvolvimento Rodoviário S.A), Paulo Vieira de Souza, que ocupou o cargo durante os governos dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, foi preso na manhã dessa sexta-feira, 6, pela Polícia Federal, em cumprimento a uma ordem da 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo.

Ele é acusado de, enquanto ocupava o cargo de diretor de engenharia, ter atuado no desvio de R$ 7,7 milhões entre 2009 e 2011 de obras de construção do Rodoanel no prolongamento da avenida Jacu Pêssego e a Nova Marginal Tietê. Ele será indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, peculato e inserção de dados falsos em sistema público de informação.

O ex-diretor é ligado a políticos de grande importância do PSDB, e atuou como arrecadador financeiro para o partido.

Segundo a investigação, Vieira de Souza chefiava o esquema com a participação de mais dois funcionários, José Geraldo Casas Vilella, chefe do departamento de assentamento da Dersa, e Mercia Ferreira Gomea. Outras duas pessoas não ligadas à Dersa são acusadas: a irmã de Mercia, Marcia Ferreira Gomes, e a psicanalista Tatiana Arana Souza Cremonini, filha de Vieira de Souza.

“Ao todo, quase 1800 pessoas foram inseridas indevidamente nos programas de reassentamento das três grandes obras pela quadrilha liderada por Paulo Vieira de Souza”, afirma a Procuradoria. “Algumas dessas pessoas receberam indevidamente auxílios, indenizações ou apartamentos da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), empresa parceira da Dersa nos reassentamentos.”

O primeiro fato relatado é a inserção de três babás, duas domésticas e uma funcionária da empresa do genro de Paulo Vieira de Souza de forma indevida no reassentamento do trecho sul do Rodoanel Mário Covas. Assim, elas foram contempladas, entre 2009 e 2012, com apartamentos da CDHU no valor de R$ 62 mil na época, além de R$ 300 de auxílio mudança.

Em outro esquema, nos anos de 2009 e 2010, ocorreram desvios de apartamentos e indenizações para parentes e pessoas ligadas à funcionária Mercia, o que resultou no pagamento de indenizações no total de R$ 955 mil, em valores sem juros e correção. Contudo, esses parentes jamais receberam um centavo: a irmã da funcionária, Marcia, que participava do esquema, se tornou procuradora de oito das onze pessoas supostamente beneficiadas. Ela então sacava o dinheiro das indenizações e os entregava a pessoas de confiança de Paulo Vieira de Souza. Os pagamentos dos benefícios eram autorizados por José Geraldo e, quando ultrapassavam o limite permitido por seu cargo, eram assinados por Paulo Vieira de Souza. Dois parentes de Mercia também foram contemplados com apartamentos do CDHU em Mauá.

Já no trecho Jacu-Pêssego das obras, Mercia cadastrou sete amigos e conhecidos para receber indenizações pelas obras; três destes também foram cadastrados para reassentamento pelo trecho da Nova Marginal Tietê.

O terceiro crime da denúncia refere-se a 1773 pagamentos de indenizações irregulares para falsos desalojados no prolongamento da Jacu Pêssego, que foram cadastrados como se fossem moradores das áreas Vila Iracema, Jardim São Francisco e Jardim Oratório, causando um prejuízo de R$ 6,3 milhões em valores da época. A denúncia do MPF é assinada por todos os integrantes da Força Tarefa da Lava-Jato em São Paulo.

Assim, prendendo um operador de corrupção ligado ao PSDB, mas sem jamais tocar nos grandes nomes do partido notoriamente acusados de envolvimento em diversos casos de corrupção, como Aécio e Alckmin, a operação Lava-Jato, após mais um salto escandaloso em sua arbitrariedade com a ordem de prisão contra Lula, tenta aparentar um verniz de "isenção", como se estivesse efetivamente combatendo todos os esquemas de corrupção dos políticos independentemente de seu partido.




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