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OPINIÃO | Ocupar, resistir e botar de pé uma nova sociedade!

domingo 6 de novembro de 2016 | Edição do dia

Desde as jornadas de junho de 2013 abriu-se um novo cenário da luta de classes no Brasil. Hoje, porém desde o ano passado vivemos uma onda de ocupação das escolas públicas e universidades pelos estudantes. Quais são as lições desses momentos? Ainda não podemos dizer, pois eles estão em curso nesse exato momento, porém uma lição está clara para todos e todas: o caráter combativo da juventude. Ao contrário, tirando algumas lutas muito esporádicas e de impacto como os garis no Rio e os rodoviários em Porto Alegre a maioria da classe trabalhadora encontra-se estagnada diante dos ataques que vinham desde o governo petista e aprofundados agora no governo golpista de Temer.

A juventude apresenta características que são frutos da própria idade, mas da mesma forma que os trabalhadores vivem sob as opressões da sociedade capitalista.

A juventude sofre com muitas opressões como machismo, racismo, homofobia, transfobia. Outras também como o próprio opressor ambiente familiar patriarcal e escolar.

Essa juventude que ocupou as escolas e ocupa nesse momento está dando um grito contra tudo isso e ao mesmo tempo mostrando o caminho para que se avancem lutas efetivas contra o capital e todas outras formas de opressão, porém essa é uma juventude que como todo jovem vive um momento de descobertas sobre tudo na vida e a ocupação é mais uma delas.

Devemos tirar de todas as nossas experiências aprendizados, porém experiências na luta de classes como a juventude está vivenciando, nos forjam e nos transformam em algo novo. Esses são os processos de luta e consequentemente de consciência de classes que valem mais que pilhas e pilhas de teoria, porém elas também são necessárias.

Outra lição e acho que uma das mais e significativas das ocupações foram as formas democráticas de construção da luta que a juventude forjou nas ocupações e essa lição é muito importante.

Os estudantes da mesma forma que a classe operária, possuem seus órgãos de representação. O problema reside que da mesma forma que os trabalhadores possuem a maioria dos seus sindicatos dirigidos por organizações que travam a luta e traem os trabalhadores a juventude também, porém na maioria das ocupações dos estudantes eles conseguiram o grande feito de perceber no processo de luta essas traições de organizações como a UBES e UNE e por terem uma democracia de base fundada em cada local ocupado e até criando comandos unificados entre escola conseguiram barrar as traições e levantar-se por cima dessas burocracias estudantis e fazer com que a luta se radicalizasse até um programa profundo, coisas que jamais irão essas burocracias.

Essa lição deve ser aprendida pelos trabalhadores que também encontram nos processos de luta. Essas burocracias dirigem os sindicatos para amenizar os processos de luta ao invés de potencializa-los. Exemplo concreto é a paralisia criminosa dessas burocracias como CUT e CTB que não colocam de pé uma luta seria contra os ataques do governo golpista.

Nenhum jovem sairá do final desse processo como entrou, pois a luta nos forja e a partir disso a juventude deve ir por mais.

Os problemas só serão resolvidos quando em unidade com os trabalhadores e todos explorados desse mundo, colocarmos de pé um programa que derrube esse modelo de sociedade capitalista, pois não existe vida dentro do capitalismo o que existe é a barbárie e a decadência de tudo.

Porém os jovens não devem cair na mentira de organizações que pintam a cara de socialismo somente em dias de festa como são estas ligadas a um programa Novo Reformista, pois a luta pelo socialismo concerto, diário e permanente, pois capitalismo não se reforma, se destrói! Essas organizações que também fazem parte do movimento estudantil e sindical até podem parecer de luta e empolgar a juventude, mas o pano de fundo ou a prática é tão igual quanto às tradicionais burocracias. É tipo lutar até um certo ponto. A juventude não quer reforma a juventude é a camisa nova para a revolução!

Sejamos milhares de milhares vozes anticapitalistas, pois a unidade revolucionária é da juventude com a classe operaria! Da faísca ao fogo!




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