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INTERNACIONAL | ONU: mulheres e crianças refugiadas sem acesso à serviços de saúde

Segundo dados da ONU, um em cada quatro imigrantes ou solicitantes de asilo são mulheres, e 6% delas estão grávidas. A maioria não tem qualquer tipo de assistência durante o caminho. “ Alimentação, moradia e a atenção aos traumas físicos aparecem como necessidades mais urgentes”, de acordo com os dados da Unfpa.

segunda-feira 4 de janeiro de 2016 | 00:00

Quando os terremotos, as inundações ou a violência obrigam as pessoas a deixarem seus lares, uma grande parte da população busca amparo em acampamentos de refugiados, que tem se tornado cada vez mais hostis para as mulheres. São lugares onde as situações de violência de gênero se tem aumentado, declarou Maria Ángeles Plaza, responsável pela atenção psicológica da Comissão Espanhola de Ajuda aos Refugiados (Cear), que alerta para o aumento dos casamentos forçados e dos casos de tráfico de meninas. A crise da Síria, segundo o informe da Unfpa, tem provocado o crescimento nos casamentos precoces entre as crianças refugiadas sírias na Jordânia, Líbano e Egito.
As condições nos acampamentos são de total superlotação, com latrinas inadequadas, lugares comuns para dormir, iluminação insuficiente e cortes permanentes na luz elétrica.

Numa situação de conflito ou de emergência humanitária, os serviços de saúde reprodutiva se resienten. Na Síria, antes do conflito, as parteiras atendiam 96% dos nascimentos. Hoje, o acesso ao cuidado pré natal ou ao parto seguro é extremamente limitado e em alguns lugares não há qualquer tipo de serviço. A situação para as mulheres grávidas ou com filhos é tão perigosa quanto para as mulheres refugiadas, seja durante a viagem através do Mediterrâneo onde mulheres chegam, constantemente, a dar a luz em pleno oceano, ou, na tentativa de cruzar as fronteiras na Europa, enfrentando a fome, a repressão policial e a perseguição dos traficantes e inclusive tratando ainda de cuidar para sobreviver num continente que, frente aos ataques terroristas na França tem se tornado cada vez mais hostil, multiplicando-se os ataques xenófobos contra a comunidade muçulmana.

Num panorama mundial em que mais de 100 milhões de pessoas requerem assistência humanitária - o maior número desde a II Guerra Mundial-, e em que os refugiados e os desalojados devido aos conflitos não deixam de crescer - também os afetados pelos, cada vez mais frequentes, desastres naturais provocados pelos efeitos das mudanças climáticas -, as mulheres ainda tem de se enfrentar com abusos, exploração sexual, gravidez não desejada, doenças sexualmente transmissíveis e partos inseguros.

Assim, mais de 500 mulheres morrem a cada dia por complicações no decorrentes da gravidez e o parto em países que estão em conflito, segundo informe anual da agência da ONU para a População e Desenvolvimento (Unfpa). No mundo, dos 10 países com maiores taxas de mortalidade materna, oito sofrem conflitos gerados pela intervenção militar de países imperialistas, que intensificaram-se nestes últimos dias devido aos bombardeiros da coalização integrada por Rússia, França, Alemanha, Grã Bretanha e os EUA.

Com informações do site El pais.es.




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