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GOLPE DE ESTADO NA BOLÍVIA | OEA, a porta-voz de Trump e dos EUA que endossou o golpe na Bolívia

A Organização dos Estados Americanos (OEA) terminou endossando o golpe de Estado que destituiu Evo Morales. longe de ser um organismo que garante a defesa das liberdades democráticas e dos direitos humanos, atua como uma agência direta dos interesses do grande capital imperialista e do governo de Donald Trump.

segunda-feira 11 de novembro de 2019 | Edição do dia

A Organização dos Estados Americanos (OEA) terminou endossando o golpe de Estado que destituiu Evo Morales. Na madrugada deste domingo, emitiu um comunicado onde justificava o chamado à novas eleições e apontava as “irregularidades” no processo eleitoral de 20/10. Dessa maneira, deu um argumento a mais para os golpistas.

A OEA, longe de ser um organismo que garante a defesa das liberdades democráticas e dos direitos humanos, atua como uma agência direta dos interesses do grande capital imperialista e do governo de Donald Trump.

Façamos uma breve recapitulação. Em primeiro lugar, cabe lembrar que, no início do ano, enquanto se desenvolvia uma intentona golpista na Venezuela - apoiada pelos governos regionais de direita como Macri e Bolsonaro - a OEA respaldou abertamente Juan Guaidó.

No entanto, esse papel ao lado do imperialismo norte-americano nunca deixou de ser levado a cabo. No último mês, a organização presidida por Luis Almagro terminou do lado das repressões exercidas pelos governos do Equador e Chile.
O organismo não denunciou a brutal repressão de Lenín Moreno, que deixou mortos, feridos e detidos. Tampouco denunciou a fome e a pobreza que despertaram as massivas mobilizações. Mas sim teve tempo para responsabilizar os governos da Venezuela e de Cuba pelas massivas marchas. Em um comunicado, apontou que “as atuais correntes de desestabilização dos sistemas políticos do continente tem sua origem na estratégia das ditaduras bolivariana e cubana, que buscam novamente reposicionarem-se, não através de um processo de reinstitucionalização e redemocratização, mas através de sua velha metodologia de exportar polarização e más práticas, essencialmente financiando, apoiando e promovendo conflitos políticos e sociais”.

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A afirmação é absurda onde quer que se olhe.

Não esmagaram as ruas de Santiago

Há já 20 dias o povo chileno se levantou e disse alto e claro: “O Chile acordou”. Durante essas três semanas, trabalhadores, estudantes, mulheres e grande parte do povo chileno saíram às ruas contra o governo de Sebastián Piñera e o regime herdeiro da ditadura de Pinochet.

Desde o começo, junto a algumas concessões muito menores, a resposta de Piñera foi a repressão e a violação dos direitos humanos.As denúncias de assédios, crimes sexuais, mortes e repressão desenfreada foram se acumulando.

No entanto, durante essas semanas, a OEA não condenou a repressão, as detenções ou as torturas. Pelo contrário, guardou um silêncio enorme frente a uma situação que terminou com mais de 200 pessoas perdendo a visão pelas balas policiais.

A hipocrisia da organização dirigida por Almagro é enorme. As repressões exercidas por governos amigos dos EUA não merecem condenação, por mais terríveis que sejam.

O golpe na Bolívia

Desde o domingo, a crise política na Bolívia deu um salto com os militares exigindo a renúncia de Evo Morales. Com a saída de Morales do governo, se multiplicaram as imagens de Luis Fernando Camacho, dirigente do racista e xenofóbico comitê cívico de Santa Cruz, com a bíblia em mãos ignorando os símbolos dos povos originários, a Polícia queimando bandeiras e retirando a whipala da Casa de Governo, grupos destruindo a residência de Evo Morales, prisões e diversos atentados de ódio racial.

O golpe de Estado foi planejado pelos grupos da direita boliviana que representam o grande empresariado, executado pelas forças repressivas com o amotinamento da Polícia e garantido com os bons olhos dos militares.

Nessa situação, a OEA voltou a mostrar seu papel e legalizou o golpe de Estado. Afirmou que não havia nenhuma irregularidade e inclusive se gabou do bom trabalho que realizou na “auditoria” das eleições, afirmando que “realizaram um trabalho excelente”. Isso foi declarado ontem pela manhã, horas depois da destituição de Evo Morales.

Se restava alguma dúvida, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, no sábado deu seu apoio ao informe da auditoria das eleições bolivianas, à qual brindou seu “apoio total para assegurar o verdadeiro processo democrático”.

A OEA não é um grupo imparcial de gente que quer o normal funcionamento dos direitos democráticos dos povos latino-americanos. Seu papel no continente vem sendo o de endossar os planos do governo dos EUA, para reafirmar seu domínio na zona e pôr marionetes nos Executivos, para que respondam mais prontamente aos interesses das grandes empresas ianques.




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