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Rumo ao 24J | O que estão fazendo as direções das centrais sindicais? Plano de luta unificado já

Cresce nos últimos meses a insatisfação com o governo Bolsonaro e sua administração frente à pandemia onde atuou pelos seus próprios interesses e da burguesia nacional e estrangeira atacando os direitos dos trabalhadores e do povo, levando à mais de 500 mil mortes pela pandemia.

Babi DellatorreTrabalhadora do Hospital Universitário da USP, representante dos trabalhadores no Conselho Universitário

quarta-feira 21 de julho de 2021 | Edição do dia

O novo recorde em desemprego e alta do preço dos alimentos são duramente sentidos pelos 113 milhões de pessoas que vivem na insegurança alimentar e se amontoam em filas de doação de ossos e outros alimentos. Ao mesmo tempo em que o povo trabalhador padece, Bolsonaro aprofunda os ataques que vão gerar mais desemprego e o fim dos serviços públicos prestados à população. Trata-se da reforma administrativa, a privatização das empresas públicas como os Correios e a Petrobrás e também uma nova mini reforma trabalhista através da MP nº1045. Para tudo isso, conta com o apoio dos partidos do Congresso como PSDB, DEM, PSL e outros que estão junto com Bolsonaro quando o assunto é atacar os direitos dos trabalhadores. Mostram que sua oposição a Bolsonaro é apenas uma disputa para ser o novo governo que continuará descarregando a crise nas costas dos trabalhadores.

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Os trabalhadores e o povo que querem derrubar Bolsonaro, varrer os militares que o sustentam e reverter o curso de destruição de vidas e da natureza imposto pelo seu governo, não terão como aliados nessa luta os partidos da direita tradicional e do centrão. Seu aliados são os trabalhador que estão em lutas por seus empregos e direitos, as mulheres, os negros, os indígenas e a juventude.

Para coordenar todos os setores dispostos a derrubar Bolsonaro a CUT, dirigida pelo PT, e a CTB, dirigida pelo PCdoB, deveriam organizar assembleias em cada fábrica, empresa onde os trabalhadores efetivos e terceirizados pudessem se unir e organizar uma forte greve nacional que se combinasse às ações de rua, como agora no ato chamado para 24 de julho, ao mesmo tempo em que discutissem um plano de lutas unificado para barrar todos os ataques em curso.

Entretanto, o PT e PCdoB não estão dispostos a permitir que se desenvolva a força dos trabalhadores com o que têm de mais poderoso: 1.seu poder de barrar os lucros capitalistas paralisando a produção e os serviços, como os transportes, com greves e piquetes; 2.o fato de serem a maioria da população e 3.sua capacidade de se ligar à juventude e todos os setores oprimidos. Isso fica claro ao não organizarem uma grande força no dia do ato dos Correios, deixando essa luta isolada. E também no CONUNE, o Congresso da UNE, dirigido por esses partidos, que ocorreu na última semana onde poderiam ter proposto resoluções que unissem os estudantes aos trabalhadores, como panfletagens nos locais de trabalho para construir o 24J

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Para apontar uma alternativa que ajudasse os trabalhadores a se organizarem nos locais aonde trabalham, que é onde poderiam discutir o melhor dia para um ato, como ampliar a mobilização e construir uma greve nacional, a esquerda socialista precisaria denunciar a política traidora das grandes centrais sindicais de apenas fazer atos para desgastar Bolsonaro enquanto esperam as eleições de 2022 e mantém as lutas isoladas. Precisariam também batalhar nos sindicatos que dirigem ou são oposição para desenvolver a organização dos trabalhadores. Dessa forma, a CSP-Conlutas e Intersindicais poderiam se apresentar como um pólo anti-burocrático que batalhasse na base das categorias dirigidas pela CUT e CTB pela ideia de greve geral. Nas centenas de sindicatos da CSP-Conlutas e Intersindicais poderia ser organizado assembleias para votar esse plano de luta e essa exigência.

Ao contrário de constatar passivamente a dificuldade de mobilização da classe trabalhadora como justificativa para dizer que não estão colocadas as condições para uma greve geral, a esquerda precisa se confrontar decididamente com as burocracias sindicais que atuam como uma verdadeira polícia dentro do movimento de trabalhadores para mantê-los paralisados, sem confiarem em sua força de parar o país utilizando seus métodos de greves e piquetes. Isso poderia liberar uma enorme energia de massas para derrubar Bolsonaro, Mourão e barrar os ataques.

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