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DEBATE | O que a passividade frente às 517 demissões na GM fala sobre o PSTU?

Evandro NogueiraSão José dos Campos

sábado 20 de fevereiro de 2016 | Edição do dia

Segundo o site G1, o número de demissões no Vale do Paraíba em 2015 foi mais de 26 mil, sendo quase 14 mil só no setor industrial. Em 2016 já foram quatro demissões em massa em fábricas na região, contando 200 demitidos com o fechamento da Maxen, em Atibaia e outros 200 para o mesmo cenário da Comil, em Lorena; 160 demitidos da Wow!, em Caçapava e os 517 demitidos da GM, em São José dos Campos (SJC).

Até o momento a única coisa prática que o PSTU fez contra essas demissões foi dar eixo para essa denúncia no bloco de carnaval “acorda peão”. Não organizaram se quer uma assembleia geral dos trabalhadores da fábrica, somente uma assembleia dos demitidos, e, portanto, sem o poder de deliberar ou iniciar a organização de uma luta efetiva. Essa postura foi coerente com sua passividade ao longo dos 5 meses do lay-off, postura criticada duramente pelos trabalhadores demitidos na assembleia de 4/2 – que por sua vez é coerente com o fato de que 2800 trabalhadores foram demitidos nessa fábrica desde 2012, lembrando que o PSTU dirige o sindicato há décadas.

A contradição entre a revolta que os trabalhadores demitidos expressavam na assembleia e a condução que o PSTU fazia da mesma, repetindo seus argumentos de que os trabalhadores não queriam lutar, é expressão de um profundo ceticismo em relação à classe operária e coloca esse partido em contradição com o que existe de melhor no movimento operário industrial atualmente, que é justamente uma crescente disposição de luta em defesa dos postos de trabalho.

Essa disposição de resistência nas fábricas, que acaba de se fortalecer com as ocupações nas plantas da Mabe em Campinas e Hortolândia, se desenvolve em geral pressionando as burocracias sindicais a travarem lutas mais duras do que costumam e em maior quantidade, mas ainda não se desenvolveu ao ponto de romper com essas burocracias, que no caso da GM também vem isolando a luta de São José.

Essa postura passiva do PSTU frente às 517 demissões na GM não é um caso isolado, o mesmo pode ser visto frente à tragédia em Mariana, onde a CSP-Conlutas tem importante peso de direção nos sindicatos da mineração da região, mas teve poucas iniciativas. Nos sindicatos dirigidos por esse partido dificilmente encontramos exemplos de grandes batalhas travadas.

Com isso, o PSTU se mostra sem a menor capacidade de dar vazão ou de coordenar e fortalecer os elementos de espontaneidade que possam surgir nas fábricas da sua base sindical, pelo contrário. Isso seria fundamental para uma verdadeira renovação do ativismo operário, que por sua vez fortaleceria a CSP-Conlutas para de fato essa ser um polo e ponto de apoio para todas as demais lutas em curso, contribuindo para o rompimento com as burocracias sindicais.

Como MRT, em todos os fóruns da CSP-Conlutas insistimos há meses para efetivar uma campanha e agora estamos levando adiante apesar de que o PSTU não se move em nada como partido. O PSTU vai entregar as demissões sem batalha?




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