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VEJA CONTRA CRIVELLA | O que a VEJA quer com o Rio de Janeiro?

domingo 23 de outubro de 2016 | Edição do dia

Foto: VEJA ed. 2501

Na edição desta semana a queridinha da direita neoliberal, revista VEJA, publicou uma capa especial para o Rio de Janeiro com uma foto de 1990 da prisão do Bispo Licenciado, Senador, e candidato à prefeitura do Rio Marcello Crivella. Além de vender muitas revistas prometendo na capa muito mais do que o conteúdo da matéria de três páginas realmente tem a dizer, o semanário golpista deixa muitas interrogações no ar ao criar um fato político contra a figura de Crivella, que disputa com Marcello Freixo do PSOL.

A prisão de Crivella ocorrida em 1990 teve o inquérito de 117 páginas desaparecido dos arquivos públicos. As páginas estão nas mãos do próprio Senador junto com os negativos originais da foto que estampa a capa da VEJA. A foto usada na capa é uma cópia do original, enviada à revista por um informante. Em Laranjeiras, a Igreja passou a possuir um terreno 1986, onde se construiu um estacionamento e se construiria um templo, e com a demora nas obras, a Igreja contratou como vigia Nilton Linhares, que mudou para o terreno com sua família.

Ao ser solicitado para deixar o terreno para a construção do templo, Linhares se recusou a sair. No inquérito, Linhares acusa Crivella de ter ido ao local duas vezes para tentar expulsar ele e sua família. Na segunda, arrombou o portão com homens armados, e por isso Crivella ficou preso por um dia. Crivella afirma que foi com homens, mas não tocou nas pessoas, e a advogada da Universal afirma que ele foi humilhado na nona DP, taxado como “pastor ladrão”. Ameaçando processar o Delegado, um ano depois o inquérito é arquivado, e segundo Crivella, o Delegado lhe entrega todo o material. O fato ocorrido permaneceu inexistente nos arquivos públicos até seis meses atrás. A última página da pequena reportagem é preenchida com a lembrança de outros fatos ocultados sobre Crivella, como o livro “Evangelizando a África”, trazido à tona por outro editorial da direita golpista, o Globo, além da reportagem lembrar o fato de a Universal entrar na justiça para que o Google tire do ar denúncias de que Crivella e sua esposa teriam sonegado 50 mil dólares trazidos da África do Sul e investidos na Fazenda Nova Canaã.

O que move golpistas da VEJA e Globo?

Não é tão simples entender porque editoriais que sempre estiveram a serviço do que há de mais reacionário coloquem suas páginas a serviço de gerar no senso comum fatos contra a figura de Crivella. Afinal, Crivella, VEJA e Globo tem em comum a aliança em torno do golpe institucional acontecesse e continuam ativos para que os ataques do governo Temer sejam aplicados. Todos se alinham aí, com os parlamentares do PRB votando pela PEC 241, que é tão propagandeada como a salvação do país pelos dois editoriais neoliberais.

Freixo, pelo contrário, foi contra o impeachment tão propagandeado pela VEJA, Globo e Record, além de ser contra a PEC 241, coisa que usou para se diferir de Crivella em uma de suas propagandas eleitorais. Porém Freixo tem assumido um discurso mais cauteloso visando o eleitorado de centro, evitando falar sobre grandes assuntos nacionais no último debate, assumindo um discurso de gestor "ético" em contraposição ao loteamento de cargos por parte de Crivella. Fica a dúvida se as intenções da VEJA e Globo ao favorecê-lo fazendo campanha aberta contra Crivella, depositam esperança de que Freixo sinalize um compromisso aberto de que não fará nenhuma mudança radical na cidade. Freixo já veio sinalizando isso, como em seu último Spot eleitoral em que afirma que governará "para todos" em diálogo com os empresários. No Radar Veja Online e no blog Noblat (Globo), os Marinho e Civita aguardam um pronunciamento de Freixo no teor da "Carta ao Povo Brasileiro" de Lula, segundo a VEJA "para que o Rio não se torne algo parecido com a Venezuela". Até então, a campanha de Freixo não desmentiu os fatos esperados pelos dois editoriais.

A rixa entre a Rede Record e a Globo e Abril, ou seja, Edir Macedo (tio de Crivella) x Família Marinho e Civita, também poderia ser um grande motivo para colocarem suas páginas a serviço de enfraquecer o candidato frente a Marcello Freixo. Uma vitória de Crivella serviria de base de apoio para a Rede Record se impulsionar na disputa para decidir que é o novo Cidadão Kane.

A VEJA ainda com certeza ainda se ressente pela reportagem de 15 minutos no Domingo Espetacular da Record em 2012, expondo a ligação orgânica da revista com o bicheiro carioca Carlinhos Cachoeira, que através da relação com Policarpo júnior, diretor e um dos proprietários da revista definia suas capas, tal era a influência que tinha. A relação VEJA-Cachoeira dava acesso direto às informações obtidas para chantagear políticos, como o caso do “araponga” que espionava José Dirceu e que preencheu as páginas da revista, tudo documentado em áudios gravados pela PF na CPMI do Cachoeira. Neste caso Roberto Civita, dono da Abril, recebeu guarida da Globo, que defendeu todas as ações como parte da liberdade de imprensa. O desenvolvimento da situação nos próximos dias provavelmente nos dirá quais as motivações de fundo dessa incomum capa da Veja.




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