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CORTES NA EDUCAÇÃO | O movimento estudantil entrou em cena e fez Bolsonaro "fraquejar" ao vivo

O governo sentiu o baque dos últimos dias de mobilização dos estudantes em todo o país. "Acusou o golpe" recebido na live semanal de Jair Bolsonaro, em que tratou de explicar o inexplicável: o absurdo corte de bolsas de mestrado e doutorado em todo o país, medida que se seguiu ao corte de 30% do orçamento das universidades federais e instituições de ensino a nível nacional.

sexta-feira 10 de maio de 2019 | Edição do dia

Foi na live semanal de Jair Bolsonaro, que fez junto com Abraham Weintraub, o inapresentável ministro da educação bolsonarista, que ficou completamente nítido que o "valentão" Bolsonaro fraqueja frente à mobilização nas ruas.

Ao contrário do que é seu padrão de sempre atacar as universidades, os estudantes, os professores, o tal "marxismo cultural" e um longo etc dessa direita nojenta, o que se viu foi um governo na defensiva e, como não podia deixar de ser, passando os ridículos de sempre.

O ministro encenou uma farsa infantil colocando chocolates para explicar que "se trata de um contingenciamento, e não cortes como andam dizendo por aí". Defensivo, tentou mostrar que a medida que elimina bolsas de pesquisa de milhares de estudantes seria apenas uma poupança para dias mais benevolentes na economia.

Weintraub fala a partir do minuto 23:41

Veja aqui: Estudantes mostram o caminho: Milhares protestam no país contra os cortes de Bolsonaro na educação

"Tem muita gente que está espalhando o terror e falando coisas que não estão acontecendo. — começou Weintraub. — O que a gente está se deparando? A economia do Brasil, até o senhor (falando com Bolsonaro) ser eleito, estava afundando. As pessoas tinham parado, com medo, de comprar roupa. Tinham diminuído ao mínimo as compras delas. Não trocavam mais de geladeira, de televisão... agora deu um alívio. A gente parou de afundar, mas o Brasil ainda não decolou porque você ainda tem muita incerteza referente à nova Previdência".

No dia 30 de abril, o ministro anunciou que iria bloquear 30% das verbas de todas as universidades federais. Na transmissão ao vivo feita nove dias depois, no entanto, o ministro afirmou que o contingenciamento "seria de apenas 3,5%".

O Ministério da Educação (MEC) já fez bloqueios de R$ 5,7 bilhões, o que representa cerca de 23% de seu orçamento discricionário (não obrigatório), cortando verbas direcionadas a todas as etapas da educação. Ao todo, o MEC terá R$ 7,4 bilhões bloqueados. O congelamento de recursos compromete R$ 2,1 bilhões das universidades. Mas a tesoura chegou também à educação básica, apontada como "prioridade" pelo ajustador Bolsonaro, amigo dos milionários monopólios privados de educação.

"A gente está pedindo simplesmente que três chocolatinhos. Três. Desses cem chocolates, três chocolatinhos e meio. Esses três chocolatinhos e meio não estamos falando para a pessoa que vamos cortar. Não está cortado. Deixa para comer depois de setembro. É só isso que a gente está pedindo. Isso é segurar um pouco. — ilustrou o ministro. — O salário está integralmente preservado e pago no dia. A gente tem todo o auxílio aos alunos preservado. E agora ficam espalhando que a gente está fechando tudo."

As mentiras deslavadas do ministro tem um berço comum: o receio diante do fortalecimento do movimento estudantil, que nos últimos dias protagonizou manifestações de milhares de jovens em distintas cidades do país, do Nordeste ao Sul, contra os ataques do governo à educação, e incorporando o rechaço à reforma da previdência.

Manifestações como a da Universidade Federal Fluminense (UFF), com mais de 10 mil pessoas, deram o tom de um movimento que pode colocar o governo contra a parede, às vésperas da jornada de luta convocada para o dia 15 de maio. Assembleias estudantis massivas também se realizaram em distintas universidades, além de um forte ato de milhares do Colégio Pedro II e outras instituições de ensino federais do Rio.

Veja também: Mais de 10 mil na UFF em Niterói-RJ: unificar juventude e trabalhadores em todo país pra derrotar os cortes na educação e a reforma da previdência de Bolsonaro

As hesitações no governo e o clima de defensividade é um atestado de que a hora é agora para ir para cima, unificando a juventude e os trabalhadores, para derrotar o ataque de Bolsonaro à educação, mas também, de forma indissociável, a reforma da previdência, apoiada por todos os fatores reais de poder desse regime capitalista, além inclusive de determinadas reitorias, que por interesses corporativos são obrigadas a se opor à medida de cortes do governo.

É o momento de colocar todo peso pra organizar o movimento desde a base, lotar as ruas do país com a força do movimento estudantil e mostrar que não vamos parar até Bolsonaro fraquejar definitivamente e mais uma vez recuar, mas dessa vez pela força do movimento estudantil na rua. Vamos com tudo num movimento imparável e que supere as direções burocráticas.

É preciso convocar com todas as forças um forte dia 15 para que o movimento estudantil saia massivamente às ruas junto aos professores e as demais categorias da classe trabalhadora, e dê uma demonstração de forças contundente contra os ataques do governo Bolsonaro à educação e contra a reforma da previdência!

É necessário organizar um comando nacional de delegados eleitos na base que coordene os esforços de todas as universidades mobilizadas. As ações propostas não podem ser contrapostas a organismos de auto-organização pelas bases, para que os estudantes decidam tudo democraticamente!

Não podemos perder essa chance de unificar a juventude e os trabalhadores, paralisar o país junto aos professores e trabalhadores da educação, e golpear como um só punho contra os cortes e a reforma da previdência. Começando agora pelo dia 15 mas num plano de luta com continuidade e sem trégua.

Nós do MRT, da Juventude Faísca e do Esquerda Diário, construiremos com toda força nos locais de trabalho e estudo em que estivermos, e convidamos estudantes e trabalhadores e estarem junto conosco no dia 15. Somente fortalecer a luta dos estudantes ao lado da luta dos trabalhadores que a juventude poderá não só derrotar Bolsonaro, mas impor uma saída anticapitalista para a crise.




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