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IMPERIALISMO | O mercado de mercenários colombianos financiado pelo imperialismo

O país que há décadas é um posto avançado dos EUA na América Latina, que recebeu diversos treinamentos e auxílios militares desse país, tem uma indústria especializada de mercenários.

sábado 10 de julho de 2021 | Edição do dia

O assassinato do presidente haitiano Jovenel Moïse em sua própria casa foi algo que chocou os noticiários. Ao que tudo indica, os responsáveis pelo fato são mercenários colombianos. Se ainda há muita coisa a esclarecer, esse fato por si mesmo já é bem significativo da barbárie que o capitalismo e o imperialismo promovem pelo planeta.

Nos anos 90, a Colômbia foi escolhida como “posto avançado” da política imperialista americana na América Latina. A consumação disso ocorre com a assinatura do Plano Colômbia em 2000, sob o governo de Bill Clinton e com a forte articulação do então Senador Joe Biden. Sob a retórica de combater o tráfico de drogas e os grupos guerrilheiros como as FARC, o plano promovia auxílio militar e financeiro ao país. Ao mesmo tempo, se implementava o neoliberalismo mais brutal no país.

Longe de combater o tráfico de drogas, essa política teve como efeito colocar a Colômbia como campeã regional do terrorismo de Estado e o país mais perigoso da América Latina para ativistas e sindicalistas. Tanto o exército, como vários grupos paramilitares aliados ao mesmo, atuam de forma brutal contra ativistas, sindicalistas, ambientalistas, camponeses e a população pobre em geral. Álvaro Uribe, presidente do país durante o período de 2002 a 2010 e aliado do atual presidente Duque, possui uma série de acusações e até mesmo condenações por organizar essas milícias. Ao mesmo tempo, a Colômbia se tornou a principal correia de transmissão da política americana na região.

Concomitantemente, há uma mudança importante na política externa americana. Após o desgaste interno com o uso de tropas americanas Guerra do Vietnã e outras intervenções militares, o país começa a contratar grupos de mercenários para esse objetivo, durante a chamada “Guerra ao Terror”. Inclusive, surgem empresas especializadas nisso, como a Blackwater, dentre outras. Muitas vezes, as empresas põe como diferencial que seus mercenários possuem absoluto desprezo pelos direitos humanos. Foram utilizados mercenários em guerras como a do Iêmen, Afeganistão e até mesmo para monitorar oleodutos nos Emirados Árabes. Ano passado, foi marcante a tentativa de invasão da Venezuela desde a Colômbia, que mais tarde se evidenciou que eram mercenários. Além dos EUA, vários países europeus e também aliados dos EUA no Golfo Pérsico usam mercenários regularmente. ISSO MESMO! No capitalismo, os países imperialistas podem simplesmente contratar mercenários para fazer guerras criminosas e desestabilizar governos. E as empresas podem oferecer esse serviço com a total cobertura legal nesses países!

Nesse sentido a Colômbia não apenas se especializou na repressão interna, mas também resolveu exportar o serviço. A grande maioria desses mercenários são ex integrantes do exército ou integrantes que se sentiram atraídos pela remuneração dessas empresas. Ou seja, grande parte desses mercenários são treinados pelo próprio Estados Unidos! Os mercenários colombianos estiveram envolvidos em uma série de intervenções militares americanas, na tentativa de invasão da Venezuela ano passado e ao que tudo indica no assassinato do presidente haitiano. E tudo isso com a total cobertura legal dos países imperialistas.

A existência desse mercado de mercenários mostra a real face do que é o imperialismo, sendo também um sinal de putrefação do sistema capitalista. Vale dizer que a aliança com a Colômbia foi um pilar na política externa americana nas últimas décadas sob distintos governos, desde o democrata Bill Clinton que assinou o plano Colômbia, ao republicano George Bush, passando por Obama e Trump. E Biden já falou que a relação com a Colômbia é uma de suas prioridades. No entanto, esse é o mesmo país que agora passar por uma rebelião que já dura meses, que questiona tanto o neoliberalismo como também essa localização prioritária para os interesses americanos para o país. A necessidade de construir uma organização internacional anti imperialista e revolucionária se faz sentir com cada vez mais força. Uma organização que lute para que essas rebeliões se transformem em revoluções abertas, e que lute pela solidariedade internacional dos trabalhadores, que lute contra as intervenções imperialistas tanto dentro como fora dos países imperialistas. É essa aposta que faz a Fração Trtoskysta-Quarta Internacional (FT-QI).

Leia o Manifesto da FT-QI: O desastre capitalista e a luta por uma Internacional da Revolução Socialista




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