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ELEIÇÕES MÉXICO | O magistério nacional mexicano se mobiliza contra o processo eleitoral

Este 1 de Junho começaram as jornadas de repúdio ao processo eleitoral e contra a “Reforma da Educação”, no México.

quarta-feira 3 de junho de 2015 | 00:00

Este 1 de Junho começaram as jornadas de repúdio ao processo eleitoral e contra a “Reforma da Educação”.

Estas mobilizações e ações são impulsionadas pela Coordenadora Nacional de Trabalhadores da Educação – CNTE – com uma série de atividades, conceituado na convocatória a “Greve Nacional” que estalou desde hoje. As ações de protestos foram ratificadas pelas assembleias sindicais nas quais a CNTE conta com importantes delegações como nos estados de Chiapas, Michoacán, Oaxaca, Guerrero.

Compareceram ao local milhares de professores mobilizados e demonstraram no seu grito uníssono o repúdio à “Reforma Educativa”, que ataca a estabilidade laboral e a gratuidade da educação pública. Além desta mobilização, as atividades ratificadas na última Assembléia Nacional Representativa (ANR) incluem: ocupação de estações de rádio em Guerrero, queima de propaganda eleitoral e ocupação dos 11 distritos eleitorais de Oaxaca.

A CNTE impulsiona um boicote ao processo eleitoral

Na sua ultima ANR, o conjunto das delegações sindicais aderidas a CNTE ratificaram a política de boicote para impedir que se realizem as eleições, considerando que nenhum dos partidos que atualmente disputam para deputados federais e chefes de delegações, representam a voz de milhões de assalariados. Os docentes democráticos sinalizaram que não estão dispostos a permitir as eleições pois todos os partidos do regime político são responsáveis do desaparecimento do 43 estudantes de ensino médio de Ayotzinapa e da aprovação das reformas estruturais, entre as quais está a Reforma Educativa.

Durante todo 2013, o magistério nacional deu uma férrea luta contra a aprovação da Reforma Educativa, cuja implementação ataca a estabilidade laboral das e dos trabalhadores da educação pública no México. Neste marco o magistério democrático votou um plano de ação para evitar que se realizem as eleições.

A Unidade é a chave para o triunfo

A política desenvolvida pela CNTE com o chamado a “Greve Nacional” desde a última ANR é uma das consignas mais importantes que estão levantando rumo à jornada eleitoral. As manifestações que começaram hoje modificam a conjuntura do México a poucos dias das eleições.

Corretamente para a CNTE não existe nenhum partido que representa a classe trabalhadora e portanto nós assalariados não temos em quem votar. Esta política também faz um chamado ao respaldo aos familiares dos 43 estudantes desaparecidos, que também repudiam o processo eleitoral de conjunto.

A política que impulsiona o magistério democrático, pode empalmar com outros setores que agora se encontram em importantes processos de luta, como por exemplo os trabalhadores sazonais de San Quintin (trabalhadores agrícolas de San Quintin, que trabalham no plantio e colheita em zonas agrícola) e os mesmos pais dos 43 estudantes desaparecidos, já que não foram resolvidas as demandas de nenhum dos setores mais presentes na luta em nível nacional e internacional.

Por outro lado, um setor de docentes acercados ao Boletim Nossa Classe, sinalizaram como correta a manifestação do magistério e chamaram a todos os setores em luta a fortalecer as ações da CNTE. Como mencionamos em outro artigo, os docentes que formam parte do MTS (Movimento dos Trabalhadores Socialistas) consideram que “o magistério combativo que e democrático que enfrenta a “Reforma Educativa” e repudia a armadilha eleitoral tem que dialogar com seus companheiros e com aqueles setores que ainda confiam nas eleições. Mas isso não significa apoiar a quem pretende reformar o regime em lugar de acabar com ele, como o MORENA, por isso propomos a campanha pela anulação do voto com a consigna: #NosFaltan43.

A natureza das últimas manifestações dentro da jornada desta segunda feira, mostra o descontentamento de amplos setores como os que já mencionamos, além dos escândalos que sacudiram a vida política do país. Para esta manifestação dos trabalhadores da educação, que terminou buscando a negociação da lista de exigências é preciso impor desde as bases a independência política do Estado e a unidade com os setores em luta, para que a consigna de Greve Nacional não fique apenas no papel.




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