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CORONAVIRUS | O lucro acima da vida: Trump paga R$ 10 bilhões pelas vacinas contra covid da Pfizer e BioNTech

A BioNTech e a Pfizer, empresas que desenvolveram a vacina da Covid-19, fecharam acordo com os Estados Unidos, que irá comprar 100 milhões de doses da vacina por UR$ 1,95 bilhão.

quinta-feira 23 de julho de 2020 | Edição do dia

Os Estados Unidos compraram um lote de 100 milhões de vacinas contra o novo coronavírus das empresas Pfizer e BioNTech. O anúncio feito pelo governo Trump é de que teria comprado todas as vacinas as duas gigantes farmacêuticas, gastando 2 bilhões de dólares, o equivalente a 10 bilhões de reais. As duas empresas pretendem produzir mais 1,3 bilhão de doses até o final de 2021, que seriam vendidas praticando o preço do mercado para outros compradores.

Segundo o CEO da BioNTech, Ugur Sahin, a empresa está feliz em “oferecer” as 100 milhões de doses iniciais aos Estados Unidos. Com centenas de milhares de mortos em todo o mundo, em meio à uma pandemia que, além disso, milhões de desempregados em diversos países, as empresas capitalistas do ramo farmacêutico enxergaram na miséria e na morte uma oportunidade para lucrar. Estão felizes em "oferecer", quer dizer, em vender para quem puder pagar mais.

Enquanto centenas de milhares morrem por conta do vírus em todo mundo, o desemprego e a miséria atingem recordes, Donald Trump carrega, desde o início da pandemia, um discurso obscurantista. Organizou comício com aglomerações em lugar fechado, afirmou que diminuiu o número de testes para que diminuísse os números de casos, impulsionando a subnotificação, além de levar a frente uma política de criminalização dos manifestantes do movimento Black Lives Matter, chamando-os de anarquistas e incendiários.

É assim que, também com o ataque a pesquisadores e à ciência das instituições públicas, se fortalece as "ciência" das grandes empresas e monopólios privados, que criaram uma vacina unica tendo exclusivamente o interesse de lucrar, cobrando cada "dose" vendida e praticando os preços do mercado, ou seja, colocando um preço na vida das pessoas. A patente da vacina do coronavírus não deveria existir. O conhecimento humano e a ciência é de propriedade da sociedade, é fruto do desenvolvimento deste e à ela deve servir, mas o capital instrumentaliza esta potencialidade e a transforma em forma de lucrar.

As patentes das vacinas contra a covid-19 deveriam ser quebradas, e as vacinas produzidas nas universidades e laboratórios públicos, enquanto que as unidades da indústria farmacêutica deveria ser controlada pelos trabalhadores e ter sua produção revertida para a população. Nossa vida vale mais que os lucros deles.

Fica claro que a preocupação de Trump, assim como a de Bolsonaro no Brasil, é aumentar o lucro dos capitalistas e governar para eles. É um absurdo que a morte e miséria de tantos trabalhadores seja pretexto para enriquecimento de indústrias farmacêuticas. A saúde não pode ser mercadoria, mas como tudo no capitalismo, se torna uma forma de explorar ainda mais a classe trabalhadora.

É necessário que saída para crise seja uma saída anticapitalista, que não vise os lucros, ou senão será uma saída ainda mais prejudicial aos pobres. Enquanto a vacina não chega a todo mundo, precisamos levar a frente um isolamento eficiente, com todos os trabalhadores de serviços não essenciais em licenças remuneradas, além de auxílio aos desempregados.

Para além disso, empresas como a BioNTech e Pfizer, assim como outras indústrias farmacêuticas e de serviços essenciais, precisam voltar sua produção exclusivamente para a superação da crise, mas sob o controle dos trabalhadores, que são os únicos que visam realmente a superação da crise, e não o lucro e exploração da situação pandêmica.

Leia mais: Entre a pandemia, o desemprego e os ataques: lutar para que os capitalistas paguem pela crise




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