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UFRGS | O grito dos artistas da UFRGS contra a extrema direita

Em Porto Alegre, estudantes, professores e funcionários do Instituto de Artes e do Departamento de Arte Dramática movem todas as suas forças e dão exemplo de mobilização contra a extrema direita. Cartazes, faixas, intervenções urbanas, vídeos, panfletagens e outras atividades são organizadas desde o comitê de base do instituto.

sexta-feira 26 de outubro de 2018 | Edição do dia

Em meio à inúmeros e absurdos casos de censura e de recolhimento de materiais por parte da justiça em universidades e sindicatos pelo país todo, os estudantes, funcionários e professores do Instituto de Artes e do Departamento de Arte Dramática dão exemplo de mobilização contra a extrema direita. Vejam o vídeo do comitê convocando seguir essa mobilização independente do resultado das urnas e também chamando os demais cursos da universidade, DCE, UNE e Centrais Sindicais a organizar assembleias nos locais de trabalho e estudo para massificar a luta contra a extrema direita:

Chama atenção, em um dos trechos mais movimentados da cidade, o alerta à classe trabalhadora: "Trabalhador, fica ligeiro, o Bolsonaro quer teu 13o e aposentadoria":

Outras intervenções artísticas também vem sendo articuladas desde o comitê para disputar a opinião públicas nas ruas.:

O comitê de base, fundado no início do segundo turno, está organizando também produção de cartazes e inúmeras panfletagens e bancas de conversas nas ruas. Veja a nota publicada após assembleia ocorrida na última segunda-feira:


NOTA DO COMITÊ ANTIFASCISTA DO I.A.

Estamos frente a um fortalecimento eleitoral inédito da extrema direita com a candidatura de Jair Bolsonaro, um machista, racista, LGBTfóbico e inimigo dos trabalhadores, do povo e da educação pública. O candidato do PSL é a continuidade violenta e autoritária do governo Temer e de suas reformas. Já anunciou que vai aprovar a reforma da previdência para nos fazer trabalhar até morrer e promete privatizar a Petrobrás, os Correios e outras estatais. Pretende cobrar mensalidades nas universidades públicas e escolher os reitores conforme seu alinhamento com o governo, atropelando nossa autonomia. Desde o fim primeiro turno seus capangas já cometeram atrocidades, como o assassinato do capoeirista Mestre Moa do Kantendê, o esfaqueamento de pelo menos 4 mulheres trans e outros ataques como o corte de uma suástica no corpo de uma jovem em Porto Alegre.

É nesse sentido que a comunidade acadêmica presente na Assembleia Geral do Instituto de Artes da UFRGS decidiu que irá dedicar todos os seus esforços para impedir a volta da ditadura no nosso país. Portanto, as e os presentes optaram por entrar em mobilização permanente, paralisando sua participação nas aulas até o dia 26 de outubro.

A decisão foi tomada levando em conta a necessidade da massificação da luta contra o fascismo, a extrema direita e suas reformas, levando como exemplo a paralisação dos cursos da USP, da UFSC, da Unicamp e da própria UFRGS. É imprescindível o reconhecimento da responsabilidade social dos professores em respeito à autonomia de decisão dos estudantes, sabendo que se trata de um momento excepcional da história do país. Por isso, chamamos professores, estudantes e funcionários a se somarem à paralisação e às atividades de mobilização nesta semana. As e os professores comprometidos com a democracia devem aderir ao movimento, transformando o que seria o espaço de suas aulas em local de reflexão e ação a respeito dos direitos sociais, da universidade pública e gratuita e da democracia no Brasil.

Sabendo que essa luta não se encerra nas eleições, chamamos todas e todos a também se somarem ao Comitê Antifascista do Instituto de Artes para seguirmos mobilizados independente do resultado das urnas. Além disso, chamamos os Centros Acadêmicos dos cursos da UFRGS, assim como o Diretório Central dos Estudantes, a chamarem assembleias para organizar massivamente esta luta.

Agora é hora de sairmos dos nossos prédios e irmos às ruas defender a democracia!

Porto Alegre, 22 de outubro de 2018.




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