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SÍRIA | O exército sírio retoma o controle de Alepo e pactua saída das forças opositoras a Assad

O embaixador russo na ONU assegurou que as forças de Assad retomaram o controle da maior parte de Alepo. A ONU denuncia que o exército sírio avança produzindo um massacre.

quarta-feira 14 de dezembro de 2016 | Edição do dia

O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, assegurou nessa terça-feira que o exército de Al Assad já controla toda a cidade de Alepo e que suspendeu suas operações militares. “ Durante a última hora, recebemos informação de que as atividades militares em Alepo oriental foram interrompidas”, disse Churkin em uma reunião do Conselho de Segurança.

Ainda que o embaixador russo assegure que as atividades militares foram interrompidas, os bombardeios persistem sobre um grupo da oposição com apenas 8.000 combatentes, que resiste em frente ao rio que dá nome à cidade. Cerca de 50 mil civis permanecem presos nessa zona sob bombardeios aéreos russos e sírios.

“O governo sírio estabeleceu o controle sobre Alepo oriental”, adicionou o embaixador, que minutos antes havia assinalado que a ofensiva terminaria em um prazo de horas. Churkin esclareceu que recebeu a notícia de que as operações militares pararam ao começar a se aplicar um acordo com grupos opositores. Segundo informações vindas da Rússia, “os militantes, junto com membros de suas famílias e feridos, estão retirando-se atualmente por corredores acordados”, ainda que não esteja garantido que efetivamente se cumpra essa parte do acordo, que se levaria adiante a partir da madrugada da quarta-feira 14”.

A informação trazida pelo embaixador russo contrasta com os dados revelados pela ONU ou pela Unicef, que asseguram que está ocorrendo um verdadeiro massacre em Alepo, fruto dos bombardeios que continuam e das execuções sumárias. Assim assegurou o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, que disse que há “informações confiáveis” de que multidões de civis estão sendo assassinadas em Alepo por bombardeios e execuções sumárias praticadas pelas forças sírias e seus aliados.

Setores da oposição confirmam trégua em Alepo

O presidente do escritório político da opositora Agrupação Fastaqim, Zakaría Malahifyi, afirmou nessa terça-feira que o cessar-fogo já começou na cidade de Alepo, segundo informou a agência Efe.

“A trégua já começou, os bombardeios e os combates pararam, e quarta-feira sairão os combatentes, se espera que a partir das 05:00 no horário local”, disse à Efe por telefone Malahifyi, que se encontra fora da Síria. Malahifyi apontou que os rebeldes se dirigirão para a província vizinha de Idlib, ainda que anteriormente o líder do Exército Livre Sírio (ELS), Ahmed Berri, havia assegurado à Efe que se dirigiriam a zonas no sul da província de Alepo.

O rápido avanço do exército sírio terminou por deixar sem conclusão os contatos mantidos por negociadores norte-americanos e russos em Genebra para alcançar um acordo duradouro. Se o mesmo não ocorreu no passado, muito menos agora que tanto a Rússia quanto Assad consideram que Obama já não é uma figura forte; ainda mais tendo em conta que está a ponto de deixar a administração, enquanto que à espera da posse de Trump, o regime sírio se encontra na melhor posição militar, em especial com o último avanço sobre Alepo após anos.

O que está claro é que o avanço do governo sírio e seus aliados russos sobre Alepo abre as portas a maiores intentos para recuperar outras zonas que se encontram sob influência opositora, o que traz prognósticos de novos massacres e padecimentos, especialmente para a população civil.

A quantidade de potências imperialistas e regionais que atuam na Síria e a divergência de seus interesses, nenhum progressista para o povo sírio, são as marcas da brutal carnificina dos últimos anos, que deixou centenas de milhares de mortos e cerca de 12 milhões de deslocados de suas casas ou refugiados, a metade da população do país.




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