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Em meio a disputa entre a direita golpista do Congresso na busca por impunidade, e os juízes do “Partido Judiciário” em busca de super poderes, após as manifestações em defesa de Moro e da Lava-Jato no Domingo, a presidência do Senado foi cair brevemente nas mão do PT, do Senador Jorge Viana (AC).

Felipe GuarnieriDiretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

quinta-feira 8 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Mais uma semana agitada na política brasileira. Em meio a disputa entre a direita golpista do Congresso na busca por impunidade, e os juízes do “Partido Judiciário” em busca de super poderes, após as manifestações em defesa de Moro e da Lava-Jato no Domingo, a presidência do Senado foi cair nas mão do PT, do Senador Jorge Viana (AC). Uma situação para muitos no mínimo inusitada. Novamente uma crise institucional se abriu. O oficial de justiça tomou “chapéu” de Renan, que não assinou a ação do Ministro Marco Aurélio, e dias depois PMDB e PSDB aproveitando-se da base golpista articularam pressionaram os magistrados a rever a decisão e colocar novamente Renan a frente do seu cargo.

Mas os elogios todos foram ao PT e ao senador Jorge Viana, que cumpriu um papel de mediação diante o novo cenário de instabilidade pós golpe. Por trás disso, a necessidade que move esses atores políticos de passar ataques e ajustes, como a PEC 55, a reforma trabalhista e a reforma da previdência anunciada pelo Ministro Henrique Meirelles. Após voltar a presidência do Senado, Renan agradeceu ao petista: “O Jorge sempre pensou além dos seus interesses, sempre colocou a defesa do interesse nacional [...] O Jorge é uma instituição suprapartidária, foi este papel que o Jorge exerceu em nome da democracia e em nome da separação dos Poderes, em nome do PT também, apesar de Jorge ser mais amplo, maior do que o PT”.

Convenhamos que esse gesto transcende o momento atual. A direita golpista só tem motivos em enaltecer o PT. Mais uma vez o partido, poderia ter feito, mas não fez. Muitos se entusiasmaram com a temporária ida de Jorge Viana para presidência. De forma sincera, pois viam aí uma oportunidade. O PT poderia desde o primeiro minuto dizer que estaria tudo parado, que PEC nenhuma ia ser votada com eles na Presidência, poderia chamar as centrais sindicais a parar o Brasil e lotar Brasilia no dia 13/12, que iriam impedir que se mexesse na aposentadoria, no corte de gastos da saúde e da educação. Poderiam ter dito isso há muito tempo, mas mais uma vez não fizeram.

O PT através de Humberto Costa (Líder do Senado) e Jorge Viana, que semana passada já haviam votado junto com Renan pela impunidade, agiram para resolver a crise da casta política e judiciária. Uma covardia que não está a altura da classe trabalhadora brasileira. Mostra que a estratégia de conciliação com os patrões e com a direita do PT, que governou o país na última década junto ao PMDB, PP, PR e adotou a corrupção própria dos capitalistas para nos atacar, segue a mesma. Não a toa a direita brasileira é tão grata ao PT. Por outro lado fica a pergunta as centrais sindicais: Por que a CUT e CTB não convocam assembleias nas bases das fábricas e locais de trabalho para preparar democraticamente mobilizações massivas no dia 13/12 contra a PEC? Será o medo que esse ato se voltaria contra o próprio PT? Temos de levantar uma saída independente com base em nossa resistência ativa, tomando as grandes decisões do país nas nossas mãos, para mudar as regras do jogo, exigindo o fim dos privilégios dos políticos e dos juízes, uma nova Constituinte, livre e soberana.




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