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O debate no PT e na esquerda sobre as alianças com golpistas

A resolução do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores, que autoriza o partido para apoiar candidaturas de golpistas na disputa da presidência da Câmara e do Senado, tem gerado debates entre os setores do petismo e em toda a esquerda.

segunda-feira 23 de janeiro de 2017 | Edição do dia

A decisão, votada por 45 a 30 no Diretório Nacional do PT, repercutiu entre a esquerda. O senador Lindbergh Farias considerou "Um escândalo, um erro brutal", e gravou um vídeo citando o "cretinismo parlamentar", e pedindo ajuda da militância do partido para reverter a situação.

Já Emir Sader defendeu a decisão, e comentou em seu Facebook: "O PT só deveria se aliar aos que votaram contra o golpe. Teria menos de 1/3 dos votos, o governo aprovaria todo seu brutal pacote de maldades contra o país e contra o povo. É’ essa a lógica que alguns defendem?

Guilherme Boulos, do MTST, criticou a medida nas redes sociais: "Se de fato tomar o caminho de apoiar Eunicio de Oliveira e Rodrigo Maia para as presidências do Senado e da Câmara, [o PT] mostrará que perdeu até mesmo a capacidade de fazer oposição parlamentar coerente. Fazer aliança política com os golpistas tira qualquer credibilidade para denunciar o golpe. O argumento de ter espaço político no comando das Casas não é razoável ante a gravidade do momento. Mostra apenas que, mesmo após ter seu governo golpeado, muitos petistas não conseguem pensar fora da lógica da conciliação. Há vozes contrárias, espero que se fortaleçam. Com todo respeito à militância petista, este caminho jogará o PT ribanceira a baixo."

Chico Alencar, Deputado Federal do PSOL, afirmou que o partido "descarta totalmente" dar apoio a candidatos de Michel Temer, e criticou a postura do PT e do PCdoB: "Em nome da ocupação de espaço e do poder imediato, abrem mão de uma visão mais geral. Essa tendência é vergonhosa.

Sobre o tema Diana Assunção, editora do Esquerda Diário e ex-candidata a vereadora do Movimento Revolucionário de Trabalhadores pelo PSOL comentou: "Quando lutamos contra o golpe institucional já dizíamos: "foi o PT que abriu espaço pra essa direita, na busca por governabilidade". Agora, depois de consumado o golpe, o PT desmoraliza ainda mais toda sua base abrindo uma enorme crise no partido novamente em busca da governabilidade, se aliando aos golpistas de todo tipo na Câmara e no Senado. O PT precisa rastejar aos pés dos golpistas pra levar adiante seu projeto de conciliação de classes, que não responde a situação da classe trabalhadora, da juventude, das mulheres e negros em nosso país. É preciso uma alternativa de esquerda e anticapitalista que supere o petismo."




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