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CORONAVÍRUS | Novo Ministro da Saúde escolhido pelos militares e Bolsonaro nunca trabalhou no SUS

O novo ministro da saúde nomeado por Bolsonaro, Nelson Teich, construiu toda sua carreira no setor privado da saúde. Um empresário que fez sua vida com a mercantilização e privatização da saúde brasileira. Não diferente de Mandetta, para Teich, os lucros estão a acima da vida.

sexta-feira 17 de abril de 2020 | Edição do dia

Em meio as conturbações da crise do regime político brasileiro, onde se acentuam as disputas de Bolsonaro com governadores e Congresso, envoltos da crescente força moderadora dos militares, vimos ontem a demissão de Mandetta do cargo de Ministro da Saúde – que depois de confrontar diretamente o presidente, descontentou os militares, que preferem um ministro menos “estrela” para manter seu “equilíbrio relativo” na tentativa de consolidar uma espécie de unidade nacional na mão de ferro. Em seu lugar entrou Nelson Teich, empresário da saúde que teve toda sua carreira baseada na mercantilização e privatização da saúde no país.

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Nelson Teich, contraditoriamente, teve boa parte sua formação médica no ensino superior público (graduação na UERJ e especialização em oncologia no Inca), mas nunca teve o interesse de pisar os pés na rede pública de saúde. Não possui nenhuma experiência concreta de trabalho no SUS – a atual e única linha de frente do combate do coronavírus para os trabalhadores e o povo pobre. Em sua vida, ante de ser o novo ministro, mostra muito bem seu perfil empresarial e privatista. Foi fundador da Clínicas Oncológicas Integradas (COI), já tendo sido seu presidente – em 2015 a empresa fora comprada UHG/Amil, que no mesmo ano registrou lucro líquido de US $ 8,4 bilhões e se lucrando milhões com a vidas dos trabalhadores americanos na pandemia –e também foi sócio da MDI Instituto de Educação e Pesquisa, consultor do hospital israelita Albert Einstein e atual é sócio do Teich & Teich Health Care, empresa que presta apoio à gestão de saúde, e diretor executivo da MedInsight.

Não podemos ver no novo ministro uma real alternativa para combater a crise do coronavírus, com também não devemos cair em falas como da diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica: "Seu atual momento é dedicado as causas públicas". Vemos isso pelas suas posições do combate ao coronavírus, onde em artigo recente diz que “a condução até o momento foi perfeita” – frase que seria cômica senão fosse trágica. Claramente o desastre que tem se passado para o conjunto da classe trabalhadora (não só contra o vírus sem EPIs, mas também contra o aumento da ditadura patronal nos locais de trabalho por meio das ameaças de demissão, sobrecarga de trabalho e falta de EPIs, assim como nas favelas sem estrutura e condições financeiras para a quarentena, isso sem falar na condição da população em cárcere) não chega a incomodar a mente do empresário ao falar algo do tipo.

As políticas tomadas pelo negacionista Bolsonaro ou as dos governadores – que colocam uma quarentena ilógica sem testes massivos onde amplos setores as sociedades são lutando para manter suas rendas frente as demissões, cortes de salários e agora a novo ataque da Carteira Verde e Amarela – não tem dado muito além aos trabalhadores se não diferentes falsas promessas dentro de uma sínica disputa políticas entre Bolsonaro e a ala tradicional da direita golpista. Teich, mesmo tentando se diferenciar de Mandetta, mas seguindo a sua linha do isolamento horizontal, colocando a necessidade “colher dados” para se um comando de “forma técnica científica”, colocando para isso reforçar trabalho na “área de dados e inteligência” e também fazer um programa de testagem robusta. Realmente, é extremamente necessário a tanto a política de testes massivos para racionalização da quarentena, algo que nos do Esquerda Diário levantamos, contudo, para isso ocorrer se coloca algumas perguntas: o ministro está disposto a colocar toda a estrutura laboratorial, pública e privada, do pais centralizada no SUS para responder a gigantes demanda por testes? Está disposta fazer quebra de patentes para a produção de reagentes para os testes – que após estudo da Unicamp pode ser 100% nacionais? Ele estará a colocar os gigantescos lucros da rede privada de saúde, incluindo a sua devida parte, para serem usados em um plano de ampliação emergencial do SUS com leitos de UTI e postos de testagem e diagnostico, convertendo hotéis e prédios parados em hospitais, contratando todos os demitidos da área da saúde par atender a demanda?

A resposta da pergunta tem a fortíssima tendência de ser um trágico “não”. Nelson Teich em seu pronunciamento se mostrou completamente alinhado ao negacionista de Bolsonaro, com o demagógico discurso de que a “saúde e a economia não competem entre si” – nada de acordo com a linha de Bolsonaro e de dos grandes empresários que o apoiam.
É urgente que sejam travadas batalhas para defender as nossas vidas em meio a pandemia, nesse sentido nos juntamos a todos que compartilham rechaço a esse governo bizarro de extrema direita, defendendo Fora Bolsonaro, Mourão e Militares, e também sabendo que não virá das mãos do STF, dos Governadores e nem de Rodrigo Maia – todos golpistas de marca maior – a resolução da crise, esses tem um ponto em comum que é descarregar o custo da crise nas nossas costas. Chega de ficarmos reféns daqueles que preferem nos ver morrer a ter seus lucros atingidos, o povo deve decidir nos rumos do país e do combate à doença e impor uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que varra os resquícios desse regime podre e degradado que nada tem a nos oferecer.

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