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IMIGRAÇÃO EUA | Novas fotografias mostram o tratamento desumano dado aos imigrantes nos Estados Unidos

A divulgação de fotografias na terça-feira (2) coincidiu com manifestações em mais de 180 cidades nos Estados Unidos contra centros de detenção de imigrantes.

quarta-feira 3 de julho de 2019 | Edição do dia

Superlotação em um centro de detenção da Patrulha da Fronteira em Weslaco, Texas.

As imagens recentes de um imigrante salvadorenho e de sua filha, mortos no Rio Grande quando tentavam chegar aos Estados Unidos, somaram-se à difusão, nesta terça-feira, de fotos e histórias sobre as condições desumanas vividas nos centros de detenção, desencadeando revolta em todo o país.

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A Agência de Imigração e Alfândega (ICE) informou na segunda-feira a morte do décimo primeiro imigrante, nos últimos meses, que estava sob custódia federal. É o hondurenho Yimi Alexis Balderramos-Torres, de 30 anos, que morreu no dia 18 de junho no Texas.

Este anúncio coincide com a publicação de fotos feitas pelos próprios funcionários das agências oficiais, que dizem que a situação é uma bomba-relógio. Nas fotos é possível ver uma superlotação extrema nas instalações que abrigam os imigrantes do Vale do Rio Grande e também é possível ver as crianças sem acesso aos chuveiros, dormindo em pisos de concreto.

Superlotação de famílias observada pelo Escritório do Inspetor Geral do Departamento de Segurança Interna em 10 de junho de 2019, na estação McAllen, Texas, da Patrulha de Fronteira.

Há também relatos de mulheres imigrantes que disseram que nos centros de detenção as faziam beber água dos banheiros.

Em resposta a essa situação, milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira, em mais de 180 atos espalhados pelos Estados Unidos, para exigir o fechamento dos desumanos centros de detenção de imigrantes e o cancelamento da entrega de fundos ao governo Trump, para que não continue com suas duras políticas anti-imigração.

As manifestações foram realizadas em frente a prédios do governo federal e escritórios de parlamentares, democratas e republicanos, que retornaram às suas regiões por ocasião do feriado de 4 de julho, para que fechem os centros de detenção que muitos descrevem como "campos de concentração".

"A situação nos campos e centros de detenção é totalmente desumana, estão torturando famílias e crianças e temos de agir agora!", disse a diretora do grupo Families Belong Together Coalition, Sandra Cordero.

Além do fechamento imediato desses centros e a libertação de milhares de imigrantes, adultos e crianças, eles exigem que os parlamentares não aprovem mais financiamento para a Patrulha de Fronteira (CBP) e da Agência de Imigração e Alfândega (ICE), responsável pela implementação das políticas de Trump.

Os manifestantes carregavam cartazes que diziam "As crianças merecem carinho e não jaulas", "O amor não tem fronteiras" ou "Façamos a América amistosa de novo", referindo-se ao famoso slogan de campanha do presidente: "Make America Great Again" (Façamos a América grande novamente).

Os protestos ocorrem um dia depois de Trump assinar um reforço de US$ 4,6 bilhões para os orçamentos das várias agências federais que processam, prendem e encarceram imigrantes.

As manifestações de terça-feira no Texas lembraram a memória dos imigrantes que morreram tentando atravessar a fronteira, incluindo sete crianças.




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