Reproduzimos abaixo a nota da Secretaria e Mulheres contra o fechamento da creche do hospital universitário da USP, depois de mais de 25 anos de funcionamento.
domingo 24 de janeiro de 2016 | 19:18
"A creche é um direito fundamental das crianças e das mães. Hoje o déficit de creches é gigantesco. São crianças privadas de educação infantil e mães trabalhadoras e estudantes privadas de um lugar seguro e de qualidade para deixar seus filhos. Nesse contexto, fechar creches é uma atitude irresponsável e desumana.
As trabalhadoras do HU (Hospital Universitário), conquistaram com muita luta uma creche para seus filhos que as possibilitassem trabalhar tranquilas, pois muitas tem horários distintos da maioria das creches. Além disso, por ser perto do trabalho, permite que as mães trabalhadoras possam continuar amamentando suas crianças. Infelizmente, o sr. Zago, reitor da USP, e o sr. Waldyr Jorge, superintendente do HU, se recusam a contratar educadoras infantis e readequar o espaço da creche do HU e prometeram fechar a creche na próxima sexta feira (22/01).
Hoje, serão 12 crianças e mães desamparadas, mas até dezembro a creche tinha 19 crianças, e existem várias trabalhadoras grávidas que não contarão com esse direito, já que a reitoria está fechando todas as creches da USP.
A creche do HU funciona ha mais de 25 anos, muitas das crianças que passaram por lá já são adultas. As trabalhadoras da creche, há anos reivindicam que a superintendência promova a formação para se adequarem às exigências de funcionamento da creche, mas nada foi feito. Apenas por conta própria fizeram alguns cursos. Com o PIDV a situação piorou lá, pois perderam também uma pedagoga. Há meses as mães trabalhadoras vem tentando negociar com Waldyr Jorge propondo uma série de medidas para regularizar a creche e este senhor não lhes deu ouvidos.
O fechamento da creche do HU é mais um ataque às trabalhadoras e trabalhadores e parte do desmonte do HU e da USP.
Exigimos que se regularize a situação da creche do HU com urgência e que, até lá, as crianças continuem no espaço onde hoje é a creche.
Não aceitaremos nenhuma creche fechada!
Regularização da creche do HU, já!"
Patricia Galvão, coordenadora da Secretaria de Mulheres do Sintup declarou para o ED:
"Não aceitaremos caladas o fechamento da creche do HU e de nenhuma creche da USP. A reitoria busca acabar com com as creches, deixando mães trabalhadoras e estudantes desamparadas. A creche do HU existe há mais de 25 anos e dezenas de crianças passaram por lá. Agora, doze crianças ficaram sem uma creche de qualidade, perto de suas mães. Desde que iniciou sua gestão, Zago, na reitoria, e Waldyr Jorge na SAS e no HU tem perseguido os direitos das mulheres, seja permitindo o assédio moral, acobertando os estupros na USP e atacando mães trabalhadoras e estudantes lhes tirando um direito básico, que é a creche para seus filhos. Estaremos unidas às mães, mulheres trabalhadoras e estudantes contra toda forma de machismo na USP. Nenhuma vaga a menos!"
