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POR UMA INTERNACIONAL DA REVOLUÇÃO SOCIALISTA | Nossa proposta: Construir um Movimento por uma Internacional da Revolução Socialista (Quarta Internacional)

O retorno do nacionalismo imperialista faz o desenvolvimento do internacionalismo proletário e do anti-imperialismo cada vez mais urgente.

quarta-feira 26 de abril de 2017 | Edição do dia

Leia na íntegra o manifesto "Construamos um Movimento por uma Internacional da Revolução Socialista

A chegada de Donald Trump à presidência dos EUA marca um giro fundamental na nova etapa que se abriu desde o início da crise capitalista. O retorno do nacionalismo econômico das grandes potências antecipa giros bruscos da situação mundial marcada por disputas interimperialistas redobradas, fenômenos bonapartistas, assim como processos maiores de luta de classes e de radicalização política. Isso coloca como necessidade de primeira ordem a conquista de fortes partidos revolucionários para intervir nos acontecimentos.

No sentido inverso, grande parte das organizações que se reivindicam marxistas revolucionárias se dedicaram nos últimos anos a construir “partidos amplos” sem enraizamento na luta de classes nem delimitação estratégica, ou se adaptando a direções nacionalistas burguesas e populistas, como o chavismo, ou variantes reformistas de esquerda, como o Front de Gauche, o Podemos, o Syriza, substituindo a estratégia da revolução proletária pela de governos “anti-ajuste” ou “antineoliberais”. O governo ajustador do Syriza já demonstrou a bancarrota absoluta a que leva a subordinação a esses projetos.

A volta do nacionalismo imperialista torna cada vez mais urgente o desenvolvimento do internacionalismo proletário e do anti-imperialismo. O internacionalismo não é um princípio abstrato mas sim uma questão estratégica. A tarefa de colocar de pé uma internacional da revolução socialista é um dos principais deveres dos revolucionários para enfrentar a nova etapa que se abre. Como toda a experiência do século XX demonstrou, não existe partido revolucionário “nacional” separado da luta pela construção de um partido revolucionário internacional.

A Fração Trotskista pela Quarta Internacional surgiu no final da década de 1980 em uma etapa de retrocesso, marcada pela ofensiva do imperialismo e da restauração capitalista nos ex Estados operários, em um momento onde a maioria das organizações que se reivindicavam do trotskismo o abandonavam. Nos constituímos como um reagrupamento principista com o objetivo de defender a teoria, o programa e a estratégia revolucionária, buscando aprofundar nossa inserção no movimento operário e na vanguarda da juventude e desenvolver uma prática internacionalista.

Somos conscientes de que nenhuma organização das existentes atualmente que se reivindicam revolucionarias podem resolver por si próprias esta tarefa de magnitude histórica. Contra toda autoproclamação sectária, defendemos que a construção de partidos operários revolucionários e o colocar em pé de uma internacional da revolução social, que para nós implica a refundação da IV internacional sobre bases revolucionárias, não será produto do desenvolvimento evolutivo de nossas organizações e nem de nossa tendência internacional, mas sim resultado da fusão de alas esquerdas das organizações marxistas revolucionárias e setores da vanguarda operária e da juventude que caminhem em direção à revolução social, que tenderão a surgir e se generalizar ao calor da crise e da luta de classes.

Com esta perspectiva, lançamos em 2013 um manifesto no qual abrimos uma discussão sobre a necessidade de impulsionar um Movimento por uma Internacional da Revolução Social. Nesse processo iniciamos discussões com companheiros no Peru e na Costa Rica, e na Europa com companheiros da Itália.

Como dissemos naquele momento, o manifesto publicado em 2013 não pretendia ser um programa acabado, e sim uma consideração dos principais núcleos estratégicos e programáticos que junto com a prova da prática política e da luta de classes deveriam do nosso ponto de vista delimitar o campo da esquerda revolucionária.

Entre eles a necessidade de um programa de demandas transitórias para enfrentar a crise articulado consequentemente em uma perspectiva que vá além da legalidade burguesa ou que coloque em questão a propriedade privada e o lucro capitalista. Como parte do mesmo, o papel das demandas democrático-radicais orientadas a acelerar a experiência das massas com suas ilusões democráticas mediante o enfrentamento do regime e do estado burguês, para facilitar o caminho ao poder operário. A impossibilidade de “revoluções democráticas”, como a “primavera árabe” demonstrou, sem dar resposta definitiva às demandas ligadas as condições de vida das massas e terminar com suas causas de fundo, em primeiro lugar, a opressão imperialista. A luta consequente contra o imperialismo e pela independência política da classe operária.

Por sua vez, a necessidade de construir partidos revolucionários e internacionalistas e, ligado a isso, o desenvolvimento de frações revolucionárias nos sindicatos, a luta pela frente única operária e a auto-organização. O combate contra a opressão de gênero, a homofobia, o racismo, a xenofobia e contra toda forma de opressão e discriminação como parte indissolúvel da luta da classe operária para conquistar a hegemonia no combate contra a dominação burguesa. Contra as tentativas de “governos de esquerda” de colaboração de classes e conciliadores com o imperialismo, retomar a tática de “governo operário” (máxima expressão da frente única operária) como consigna antiburguesa e anticapitalista, ligada a uma estratégia operária insurrecional para a conquista de um governo revolucionário dos trabalhadores baseado na auto-organização das massas através de conselhos de trabalhadores (o que na Rússia foram os Sovietes). O caráter nacional na sua forma mas internacional no seu conteúdo da revolução socialista, e por fim a conquista do poder em um país não como um fim em si mesmo mas como um meio estratégico para a luta pela revolução internacional, condição indispensável para avançar em direção à conquista de uma sociedade de “produtores livres e associados”, o comunismo.

As mudanças na situação mundial colocam cada vez mais agudamente a necessidade de um reagrupamento revolucionário internacional que não pode se basear somente em princípios gerais mas que deve partir de acordos frente às grandes questões estratégicas que a crise capitalista e agora o novo giro da situação a partir da ascensão de Trump colocaram em debate na esquerda mundial. Sobre esta base chamamos à discussão e à ação prática em comum na luta de classes para colocar de pé um grande Movimento por uma Internacional da Revolução Socialista




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