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NORDESTE | Nordeste entra com força na campanha ’Tomar a greve geral nas nossas mãos’

quinta-feira 29 de junho de 2017 | Edição do dia

A campanha “Tomar a greve geral em nossas mãos” também esteve nas ruas e universidades em alguns estados da região Nordeste. A região que abrigou os maiores atos de rua na histórica jornada do 28 de abril (como os 67 mil manifestantes em Natal, ou os 200 mil em Recife) está fortemente golpeada pela catástrofe econômica preparada pelos governos do PT e aprofundada como nunca pelo governo golpista de Temer. A disposição de luta contra as reformas é muito grande.

Nós do Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT), junto à juventude Faísca e o grupo de mulheres Pão e Rosas viemos impulsionando uma grande campanha nacional “Tomar a greve nas nossas mãos”, com agitação de massas com o máximo das nossas forças, para estimular a que os trabalhadores sigam aprofundando sua mobilização a partir das bases, sem confiar nas direções, nem em relação ao dia 30, nem em perspectiva. Estamos distribuindo dezenas de milhares de panfletos, cartazes, adesivos em diversas cidades e estados, batalhando por comitês e assembléias de base.

Em Natal, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte foi coberta pelos cartazes de campanha, além de panfletagens e conversas com os estudantes do Setor II das Ciências Humanas. Significativamente, ao olhar o cartaz sendo colado no mural, um trabalhador terceirizado da limpeza comentou “Dia 30 tem de parar tudo”. Essa vontade existe em amplos setores.

A traição aberta da Força Sindical e da UGT, e a cumplicidade envergonhada da CUT e da CTB diante da estratégia de Paulinho da Força para negociar migalhas em troca de apoio às reformas, evitou o forte efeito que a atmosfera de paralisação total exerceu sobre o país no 28 de abril. Apesar disso, como nesse mesmo dia, a vacilação dessas centrais – que tem estratégias distintas, já que a CUT e a CTB estão concentradas na campanha por Lula 2018, rifando a paralisação – não foi capaz de ocultar a enorme força social da classe trabalhadora, que paralisou o país naquele então.

Ainda levando em conta o grande obstáculo que opuseram as centrais para que o 30J fosse uma jornada contundente como o 28 de abril, podemos mostrar que quando tomamos a luta em nossas mãos podemos mudar a relação de forças a nosso favor.

No centro de Natal, em algumas avenidas como a Avenida Senador Salgado Filho, as passarelas e pontos de ônibus exibiram os cartazes de campanha em regiões de grande concentração graças aos pontos cêntricos de passagens das linhas de ônibus.

Em Campina Grande, na Paraíba, a campanha também se fez sentir com força. Professores e estudantes, mestrandos e doutorandos da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) também panfletaram aos estudantes e trabalhadores, e forraram o campus com a campanha pela greve geral em nossas mãos, numa grande organização militante de base para preparar com nossas forças a paralisação.

Estamos propondo em todos os locais de trabalho e estudo a necessidade de compor comitês de base, assembleias de curso e de turno, para organizar com nossas próprias forças essa luta contra as reformas trabalhista e previdenciária. Exigimos das centrais sindicais, especialmente da CUT e da CTB, que participam do boicote encabeçado pela Força Sindical ao 30 de junho, que abandonem essa posição cúmplice e coloquem seus recursos para organizar democraticamente as paralisações nos locais de trabalho.

A experiência deste 30 de junho é chave para que os trabalhadores compreendam o verdadeiro papel das burocracias sindicais, e a necessidade de retomar os sindicatos e comissões internas para as mãos dos trabalhadores, como instrumentos de luta e não de conciliação com o governo golpista e as patronais.

Nossa luta é por impedir que os capitalistas retomem fôlego para descarregar as reformas sobre nós. Aproveitar o anseio de boa parte da população em eleger seus represantes contra os golpistas e a direita industrial e latifundiária é uma oportunidade para os avançarmos em um programa democrático radical independente. Não ajudar a recompor o regime político corrupto dos capitalistas com a armadilha das "Diretas Já", um programa defendido num arco que vai desde Lula até o tucano FHC, mas sim levar a um enfrentamento ao regime dos poderes burgueses constituídos: a eleição dos representantes de uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana, colocando os grandes temas do país nas mãos da nossa classe contra os empresários.

Com uma forte paralisação com métodos operários neste 30J, esse programa político pode conduzir a um grande avanço nas perspectivas dos trabalhadores, levando à conclusão de que para tomar em suas mãos a solução dos grandes temas estruturais do país é necessário constituir um governo dos trabalhadores de ruptura com o capitalismo.




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