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CANDIDATURAS ANTICAPITALISTAS | Nessas eleições manipuladas, queremos ser uma voz anticapitalista para denunciar a situação que vivemos na USP

segunda-feira 10 de setembro de 2018 | Edição do dia

Trabalhadores, estudantes, professores e terceirizados da USP: venham fortalecer uma esquerda que aposta na nossa mobilização independente contra o golpismo e a extrema direita, para que os capitalistas paguem pela crise!

Diana Assunção: Diana trabalha há 10 anos na Faculdade de Educação da USP. Participou de inúmeras greves de trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da USP, cujas histórias retrata no livro “A precarização tem rosto de mulher”. Foi Diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP e uma das fundadoras da Secretaria de Mulheres do Sintusp.

Marcello Pablito: Pablito trabalha na USP há 13 anos, começou como temporário na EDUSP e desde 2008 está nos restaurantes da USP trabalhando como auxiliar de cozinha. Foi linha de frente de inúmeras greves dos trabalhadores da USP e está em seu terceiro mandato na Diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP. Fundou junto a outros companheiros a Secretaria de Negros e Negras do Sintusp.

Nessas eleições manipuladas, queremos ser uma voz anticapitalista para denunciar a situação que vivemos na Universidade de São Paulo. O desmonte da USP tem nome: Alckmin e Marcio França, Zago e Vahan! Governadores e reitores que vieram de distintas formas atacando a universidade e todos os principais candidatos se propõem a isso, não somente Márcio França, mas também Paulo Skaf e João Doria. Os chamados “Parâmetros de Sustentabilidade” estão por trás do fechamento de postos de trabalho, arrocho salarial, banco de horas pra ¬flexibilizar a jornada de trabalho, ataques e punições ao sindicato e aos lutadores. Por isso lutamos pela reintegração de Brandão. As consequências em termos de ensino, pesquisa e extensão já sentimos com o fechamento das creches, desmonte da prefeitura, falta de professores nos cursos e nos enormes ataques ao Hospital Universitário, do qual dependem milhares de moradores do Butantã, Rio Pequeno e toda a região oeste. A terceirização avança, e um exemplo dessa situação dramática são os restaurantes onde os terceirizados, em sua maioria mulheres e negros, não podem nem comer a comida que ajudam a produzir ali. O que acontece na USP acontece no resto do país. O governo golpista de Temer teve como principal tarefa avançar nos ataques aos direitos sociais e trabalhistas, além de privatizar tudo o que pudesse, com destaque para a Petrobras e Eletrobrás sendo entregue nas mãos do capital estrangeiro. A reforma trabalhista, lei da terceirização, PEC do teto de gastos, vieram para atingir os trabalhadores. Além destes ataques todos os governos, incluindo o do PT, sempre pagaram a dívida pública, uma dívida ilegal e fraudulenta que retira dinheiro da saúde e educação e transfere aos capitalistas estrangeiros no valor de 1 trilhão por ano, o que equivale ao orçamento de 200 universidades como a USP. Por isso, lutamos contra todos os ataques e pelo não pagamento dessa dívida. Achamos que o PSOL, que em São Paulo tem como candidata a professora Lisete, deveria também levantar a bandeira pelo não pagamento da dívida pública único programa pra se enfrentar com os lucros dos grandes empresários da educação. O congelamento do orçamento da saúde e educação pelos próximos 20 anos visa destruir as universidades públicas e abrir caminho para a privatização, a começar pela cobrança de mensalidades que Geraldo Alckmin, João Amoedo e a extrema direita, como Jair Bolsonaro, sempre defenderam para a USP. Nós fomos parte de inúmeras lutas na universidade contra esses ataques e o caráter extremamente elitista da USP. Por isso defendemos as universidade contra esses ataques e o caráter extremamente elitista da USP. Por isso defendemos as cotas étnico-raciais e a estatização das universidades privadas rumo ao m do vestibular. Batalhando para que a universidade seja controlada pelos estudantes, professores e trabalhadores, com maioria estudantil, e para que todo o conhecimento produzido aqui não esteja a serviço das grandes empresas como é atualmente, mas sim a serviço dos interesses da classe trabalhadora e do povo. Nessas eleições, o judiciário – um punhado de juízes eleitos por ninguém, com mandatos vitalícios e que recebem salários astronômicos – escancara ainda mais o absurdo antidemocrático que já vinha desde o golpe, interferindo diretamente nas eleições e prendendo arbitrariamente Lula, o candidato que está em primeiro disparado nas pesquisas. Por isso somos intransigentes na defesa do povo decidir em quem votar. Mas nós não damos nenhum apoio político ao PT e a Lula, pois em seus 13 anos de governo fez alianças com a direita, seguiu enriquecendo empresários, latifundiários e banqueiros, e abriu caminho para o golpe, além de não ter combatido ele decididamente e freado todas as lutas por meio da CUT/PT e seus aliados da CTB/PCdoB, bem como deu início a precarização das universidades privilegiando os grandes empresários do ensino privado. Essa experiência mostra que nenhum chamado “mal menor”, seja o PT com Haddad/Lula ou até mesmo Ciro Gomes que já anunciou sua reforma da previdência, vai deixar de nos atacar. Por isso chamamos você a fortalecer uma esquerda que aposta na mobilização independente dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e da juventude contra o golpismo e a extrema-direita pra impedir que retirem nossos direitos e que sejam os capitalistas que paguem pela crise!




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