×

CULTURA | Naufrágil: coluna indisciplinada de arte e política

Fábio NunesVale do Paraíba

quarta-feira 14 de dezembro de 2016 | Edição do dia

A ideia era escrever uma coluna do tipo "Geléia Geral" do Torquato Neto ou a "Underground" do Luis Carlos Maciel, marcos da contracultura nos anos 1970, mas, como na realidade no negócio é outro, inicio aqui a minha precária coluna de arte e política intitulada Naufrágil. Diária? Semanal? Quinzenal? Mensal? Anual? O certo é que não seguiremos as normas da crítica cultural dominante por uma questão de princípio organizador/desorganizador.

Liberdade de opressão?
Bernardo Bertolucci propôs e Marlon Brando estuprou a atriz Maria Schneider numa das cenas do celebrado "Último Tango em Paris" (1972). Bertolucci assumiu o crime e o assunto tomou as redes sociais. Mais um exemplo de um cinema pensando e produzido sob a lógica capitalista com seus patrões, gerentes e capangas. O Almodóvar tentou defender a liberdade de opressão. No meu próximo filme eu vou sequestrar e matar cineasta rico e famoso. Ok?

Elitismo
Troquei ideia com alguns peão de fábrica este ano e até agora nenhum deles foi prestigiar as novidades culturais dos salões de São Paulo. Bestas selvagens? Será?

Subversão terceiro-mundista
Mais por fora que o Movimento Negação da Negação do movimento operário, sigo assistindo os filmes do chamado "cinema marginal" dos anos 1970. "Cinema Invenção" na cabeça e o Rogério Sganzerla é um dos maiores diretores deste país. Dúvidas? "Bandido da Luz Vermelha", "Sem essa, Aranha", "Copacabana Moun Amour", "Abismu" e outras pancadas.

Novos desafios
A PEC do "Fim do Mundo" segue seu rumo golpista e o pessoal das "Belas Artes" armam seus joguinhos. Quem tem medo de quebrar o gelo? Se faturar, beleza, se não, fratura. Para passar um final de semana na "Ilha dos Prazeres" com "Ângela Carne e Osso" é preciso comer o pão que o diabo amassou. Arte não pode ser seguro de vida e nem aposentadoria. O vôo da galinha pintadinha tá mais ousado que muitas produções artísticas por aí.

Vidro, vidro, vidro quebrado
Comecei a ler o romance "O Tambor"(1959) do escritor alemão Gunter Grass. O autor conta as aventuras e desventuras do pequeno Oskar. No capítulo "A Tribuna", o garoto se enfia debaixo de um palanque do Partido Nazista e com o seu tambor transforma a marcha militar num charleston, dissolvendo a manifestação nacional-socialista, colocando todo mundo para dançar. Será que a arte ainda consegue, com maior ou menor êxito, bagunçar o coreto dos reacionários?

Para dar um fim no juízo do público
"Bacantes" no Teatro Oficina

Só Pra Contrariar
Wagner Moura foi contra o impeachment, apoiou o Freixo no Rio de Janeiro, faz campanhas democráticas mas nem de longe é um grande ator. Na real Wagner Moura manda mal. O Pablo Escobar dele parece o Mazzaropi cagado.

E por falar nisso
A TV comercial e os grandes meios de comunicação primam pela padronização. Cláudia Ohana na novelinha "Sol Nascente" da Rede Globo tá a cara da Betty Farias. É de cair o cu da bunda!


Temas

Cultura



Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias