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EDUCAÇÃO X REFORMA DA PREVIDÊNCIA | "Não é possível defender a educação apoiando a reforma da previdência", diz Maíra Machado

terça-feira 7 de maio de 2019 | Edição do dia

Desde que Bolsonaro assumiu, o ataque aos trabalhadores vem forte e sem muitos freios, as reformas que os governos utilizam para dizer que vai melhorar a economia, acabar com o desemprego, garantir a previdência dos aposentados é a maior falácia. O desemprego só aumentou com Bolsonaro, e querem que trabalhemos até morrer para proteger os ricos e milionários empresários amigos do governo.

O Governo quer fazer chantagem com nossos direitos, anunciou o corte de 30% na educação o que afeta em especial as universidades públicas e vem dialogando como barganha a reforma da previdência, dizendo que a única forma de não cortar na educação e garantir empregos é aplicar a reforma. Mentira. Lutar contra a reforma é disputar para impedir que sigam lucrando às nossas custas.

Querem mesmo é descarregar a crise nas costas da classe trabalhadora e garantir os lucros exorbitantes dos banqueiros, empresários e tubarões da educação, que por vezes tem suas dívidas anistiadas. Dívidas que montem a R$450 bilhões com a Previdência Social e não são cobradas! Os políticos que defendem a reforma e discursam "em defesa da educação" fazem pura demagogia, pois sabem a reforma não vai resolver os problemas da crise.

As centrais sindicais que deveriam estar organizando uma batalha contra o governo e a reforma defendem "desidratar" e aceitar a reforma, como disse Paulinho da Força, ou até mesmo Tabata Amaral, do PDT, que acha a reforma "necessária para acabar com os privilégios" (e tem a cara de pau de dizer que "apoia os professores", os mais afetados por esse ataque). Mesma coisa os governadores do Nordeste do PT. É um escândalo: não há nada de oposição real enquanto se aceitam os principais ajustes neoliberais contra a população pobre! Não existe reforma da previdência benéfica para os trabalhadores: é preciso opor-se a toda e qualquer reforma da previdência e batalhar para que sejam os capitalistas que paguem pela crise, e não nós.

Existem muitas disputas entre as instituições, frações burguesas e dentro do próprio governo Bolsonaro, mas há um acordo estratégico comum entre eles: todos querem descarregar a crise nas nossas costas e manter seus privilégios. Quando falamos de atacar os privilégios, temos que mexer nos bolsos dos capitalistas que lucram com a super exploração e querem fazer reforma para nos fazer trabalhar até morrer.

Nós, professores, fizemos uma importante mobilização e um chamado à paralisação nacional da educação contra a reforma da previdência e os ataques do governo, mas as centrais buscam ter uma linha de separar os trabalhadores da educação e estudantes, do conjunto da classe trabalhadora, separando a luta contra a reforma da previdência da luta contra os ataques à educação, quando essa separação NÃO EXISTE: os cortes a educação são parte da política de cortar tudo e assim "provar" que a reforma "é necessária".

A crise capitalista é internacional e a única forma de enxugar os gastos é atacando os interesses da propriedade privada que este estado serve, a relação de subserviência ao imperialismo é tão alta que dos mais progressistas aos mais liberais ninguém quer mexer na dívida pública, uma fraude que significa um verdadeiro mecanismo de subordinação estrutural do país aos interesses do capital estrangeiro, drenando mais de R$1 trilhão por ano em média das nossas riquezas nacionais!

Os professores podem servir como grandes tribunos do povo e transformar as escolas em espaços de politização, de debate e conscientização da comunidade do entorno, esclarecendo os problemas da reforma da previdência, que longe de garantir o direito ou mais verba para educação, vai precarizar e rebaixar ainda mais a condição de vida do conjunto dos trabalhadores. Mas justamente sabendo da potencialidade que tem a categoria e a força das idéias é que o governo ataca a educação e as humanidades.

A classe trabalhadora pode frear os ataques do governo e impor que os capitalistas paguem pela crise, um bom exemplo é que os metroviários de SP enfrentaram uma batalha duríssima na campanha salarial, onde votaram trabalhar com coletes vermelhos denunciando a reforma, foram ameaçados de todas as formas para que não utilizassem o colete, mas o governo e a chefia tiveram que retroceder diante do apoio que a categoria tinha da população. Os trabalhadoras da USP também votaram passar a usar um colete denunciando a reforma.

É necessário exigir das centrais sindicais e entidades estudantis que rompam sua paralisia, e ao invés de negociar a reforma com o governo, organizem um verdadeiro plano de luta contra a reforma, organizando assembleias em cada local de trabalho e estudo para parar tudo no dia 15 e dar uma grande demonstração de forças daquilo que nossa classe de maneira organizada desde as bases das categorias e estudos podem fazer, juntos, contra os ataques à educação e também contra a reforma, pois é uma mesma batalha! Não aceitamos a política das centrais sindicais de trocar nosso futuro, aprovando a reforma da previdência como Paulinho da Força disse, em troca de seus privilégios sindicais! Também não aceitamos a política das direções de isolar os professores sozinhos nessa paralisação dia 15.

A partir do Nossa Classe educação e o MRT queremos dar essa batalha, pois acreditamos na força da classe trabalhadora que, junto à juventude, pode ser uma força imparável para derrotar a reforma da previdência e os cortes de Bolsonaro na educação, e impor o não pagamento da fraudulenta dívida pública.




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