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ELETROBRAS | Não à entrega da Eletrobras, é urgente retomar o caminho da greve geral

Flavia ValleProfessora, Minas Gerais

Felipe GuarnieriDiretor do Sindicato dos Metroviarios de SP

terça-feira 22 de agosto de 2017 | Edição do dia

FOTO: Hidrelétrica Tucuruí - Pará, uma das 14 Usinas que o governo quer privatizar.

O governo Temer anunciou mais um novo ataque ao país. Hoje anunciou a venda da Eletrobras. Por pouco mais de 6 bilhões de dólares querem destruir tecnologias e entregar centenas de bilhões de dólares em capital investido em hidrelétricas, termelétricas e linhas de transmissão. O mercado financeiro reagiu animado. Todas ações de estatais dispararam. Apostam na destruição da Infraero, da Petrobras, dos Correios, da Caixa e do Banco do Brasil. É sintomático que esse ataque acontece no mesmo dia da votação da reforma política que tem como objetivo perpetuar os poderosos no poder e atacar a possibilidade de representação dos trabalhadores.

Temer e seus ministros tentam justificar a medida com duas mentiras deslavadas. Esse dinheiro vai ajudar o país a se recuperar e a energia elétrica ficará mais barata, dizem. 

Esse dinheiro não ajudará o país, será gasto com títulos da dívida pública que consome quase 50% do orçamento, enquanto universidades fecham, pesquisadores ficam sem bolsas, aposentadorias ficam em xeque. Não à toa a Bovespa comemorou o anúncio, os investidores sabem que serão eles e não os trabalhadores brasileiros que lucrarão.

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A queda no preço da energia é outra mentira de Temer e seus ministros. Eles mesmos admitem que a operação da Eletrobras em alguns estados e regiões é deficitária e que seria subsidiada pelos custos em outros locais. Com a privatização esses setores sofrerão imediato aumento de suas tarifas. Em todo o país a distribuição de energia será encarada desde o ponto de vista do que for mais lucrativo afetando fortemente populações isoladas e os pobres. 

Não podemos encarar a privatização da Eletrobras como um problema isolado. Se trata de mais um ataque que terá como próximo alvos a Petrobras, os Correios e os bancos estatais. O governo pretende anunciar ainda esta semana 58 projetos de privatização para aumentar o lucro capitalista.

A concomitância da privatização da Eletrobras com a reforma política é mais um sinal que Temer dá aos empresários. Pede apoio em seu governo pois este garante incríveis lucros para os empresários. Pede para que confiem um governo que ninguém elegeu e que justamente por ser um governo sem voto e sem popularidade ignora opiniões e toca ataques que nenhum empresário sonhou possível. Mas o sonho deles é nosso pesadelo. E só estamos nessa realidade de ataques porque as centrais sindicais abandonaram o caminho da greve geral. Podiamos ter derrotado a reforma trabalhista antes de sua aprovação mas a Força traiu a greve geral em nome do imposto sindical e a CUT traiu a mesma greve geral em nome de suas apostas com Lula ano que vem. 

É possível impedir a entrega das empresas estatais ao mesmo tempo que o movimento que faça isso não se detenha em defender as "parcerias" e abertura de capitais e privatizações parciais que o PT promoveu. Lutemos por uma Eletrobras 100% estatal controlada pelos trabalhadores em todos os ramos (da geração à distribuição). Colocar os recursos sob controle dos trabalhadores é a única maneira de impedir seu uso para enriquecimento de multinacionais ou políticos corruptos. 

Ainda é possível derrotar a privatização da Eletrobras, anular a reforma trabalhista e todos ataques aprovados por esse governo e congresso golpista. Para isso é preciso retomar o caminho da greve geral que as centrais interromperam.

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