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Na semana do 13 de maio, seminário debate Revolução Haitiana na Unicamp

Como parte do ciclo de seminários Ideias de Esquerda, ocorrerá hoje, semana do 13 de maio, no IFCH-Unicamp um debate com Lourival Aguiar e Jennifer Tristan sobre a importância histórica da Revolução Haitiana e a luta dos negros no Brasil, discutindo com os que tentaram apagar os feitos da Revolução Haitiana e seu impactos nos grandes eventos de transformação da sociedade ocidental.

quinta-feira 11 de maio de 2017 | Edição do dia

Na semana do 13 de maio, em que para uma certa historiografia, que ganha as páginas dos livros didáticos que vão às escolas, ocorreu a abolição da escravidão por obra do pensamento iluminista, e da economia liberal. Partimos da Revolução Haitiana para mostrar exatamente o contrário, a abolição da escravidão foi obra das rebeliões, revoltas e revoluções dos próprios negros escravizados.

E assim como na Revolução Haitiana, no caso brasileiro podemos dizer que a abolição da escravidão no dia 13 de maio de 1888 não foi obra da princesa Isabel ou da pressão britânica sobre os que queriam manter a escravidão no Brasil, esses não hesitariam em mantê-la se assim pudessem, mas sim consequência da resistência dos negros e negras que tentaram apagar de nós.

Sabemos que o 13 de maio, que para o movimento negro é considerada a falsa abolição, não significou o fim do racismo, pelo contrário, o racismo tomou outras formas, e segue marcando a vidas de todos os negros no Brasil, por isso, ao invés do 13 de maio, reivindicamos o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, como uma dia de homenagem a tudo o que significou Zumbi para a luta contra a escravidão.

Esse debate ainda se torna mais fundamental por conta do momento político nacional, em que Temer e suas reformas querem arrancar todos os direitos dos trabalhadores e da juventude, e são ataques que sabemos que irá recair com mais força na vida dos negros e negras, como a reforma trabalhista e a reforma da previdência, por exemplo.

Na Unicamp, a partir da nossa greve do ano passado, estamos em mobilização pela defesa das cotas étnico-raciais, que apesar de já existirem na maioria das universidades no Brasil, aqui a universidade de excelência se negou a fazer esse debate e a inclusão dessa política. Por isso, mais do que nunca, retomar a história dos negros, que é de luta e resistência, é fundamental e esse debate vem no sentido de contribuir na nossa mobilização dentro e fora da universidade.




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