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PEC 55 | Na liderança do Senado, PT diz não ter posição sobre suspender votação da PEC 55

Jorge Viana, Senador do PT pelo Acre, foi subitamente colocado na presidência do Senad após o afastamento de Renan Calheiros pelo STF. Contudo, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, afirmou que o partido não tem posição fechada pela suspensão da votação da PEC 55, que versa sobre os tetos nos gastos públicos e cuja votação em primeiro turno ocorreu em meio a uma brutal repressão a milhares de jovens e trabalhadores que protestavam contra ela em Brasília.

terça-feira 6 de dezembro de 2016 | Edição do dia

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou na manhã desta terça-feira, 6, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que não há nenhuma posição fechada na bancada para suspender a votação da PEC do Teto dos Gastos, prevista para ocorrer em segundo turno na próxima terça-feira (13) no plenário da Casa.

Há o receio de governistas de que, com o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, determinado liminarmente nesta segunda-feira, 5, pelo ministro do STF Marco Aurélio Mello, o petista Jorge Viana (AC), que assume o comando da Casa, pudesse "travar" toda a pauta de votações do plenário - em especial a PEC do Teto.

"Não fechamos nenhuma posição sobre isso não", disse Humberto Costa, sobre a suspensão das votações. Os petistas do Senado já fecharam questão contra a PEC do Teto.

O líder do PT, que esteve nesta segunda com Renan e conversou com Jorge Viana, afirmou que a intenção é aguardar os desdobramentos da decisão do STF para definir uma posição sobre as votações do Senado. Para o petista, essa seria a ação mais "prudente" a ser feita.

Essa posição explicitada por Humberto Costa é um verdadeiro "balde de água fria" nos que pensavam que os petistas aproveitariam a oportunidade para barrar um dos principais ataques do governo golpista de Temer contra a juventude e os trabalhadores. Mais uma vez, o PT mostra que seu papel no regime político é o de ser uma "oposição responsável" e tentar cavar um espaço eleitoral para voltar em 2018 com Lula, na melhor das hipóteses.

Se nos protestos realizados durante a votação em primeiro turno no Senado os petistas tentaram aparecer como um setor "combativo" por meio de seus aliados e braços no movimento de massas - fundamentalmente na juventude, como a UNE e o Levante Popular - para tentar se relocalizar frente ao imenso desgaste que tem sofrido, a postura de seus parlamentares deixa claro como funciona esse jogo de cena, com uma divisão de tarefas clara.

A falta de disposição do petismo em dar um combate sério contra a aprovação da PEC já havia ficado nítida com as paralisações controladas orquestradas pela CUT e CTB, e pelo fato de que a caravana para Brasília não foi efetivamente organizada com a participação ativa de nenhuma das categorias onde essas centrais sindicais têm peso de direção. A tentativa do PT e seus aliados é de se recompor na juventude com uma cara combativa, enquanto no movimento operário mantém um controle burocrático para que nenhuma luta séria se desenvolva, e no parlamento continuem sua oposição "prudente", como a que deixou claro Humberto Costa.




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