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REPÚDIO AO GOLPE NO BRASIL | Na fronteira com a Bolívia, em uma terra dos Engenhos se repudiou o golpe no Brasil

Saiba mais como foi o ato promovido pelo PTS na cidade do norte da Argentina.

sábado 30 de abril de 2016 | Edição do dia

Em San Salvador de Jujuy, próximo à Bolívia, o PTS, organização irmã do MRT (Movimento Revolucionário dos Trabalhadores) no Brasil, organizou ontem à noite uma atividade de repúdio ao golpe no Brasil e também para organizar a luta contra os ajustes de Macri e dos governadores. Nesta série de atividades em nosso país vizinho estão acontecendo os maiores atos internacionalistas em repúdio ao golpe em nossas terras. Com mais de 100 presentes que sentiam como tom de toda atividade que a vitória do golpe no Brasil seria uma força para a direita e Macri avançar nos ajustes aqui.

Nestas terras de duras lutas contra uma patronal herdeira dos grandes engenhos que ainda se fazem presentes, onde muitos contavam como aqui se sente o racismo da polícia com os indígenas, trabalhadores e pobres, onde um governo do Partido Radical, da base de apoio de Macri empreende um ataque a uma dirigente de movimento social, burocrática, Milagro Sala, por fazer cortes de rua, onde, tal como faz Macri, ocorrem demissões de trabalhadores estatais e inclusive a perseguição política à dirigente do PTS Natalia Morales, ex-candidata a governadora. Neste mesmo estado Julio Mamani, militante do PTS e delegado da siderúrgica Acero Zapla e foi candidato a prefeito em Palpala que está sendo perseguido pela justiça, com uma causa penal (!) por uma greve em 2014. Nestas dura situação no estado que também está marcada pela luta contra o fechamento do histórico e combativo Engenho de açúcar La Esperanza, a denúncia do golpe no Brasil se fez presente.
Atualmente os professores Universitários em greve contra os ajustes do Macri aprovaram em seu sindicato, por politica dos militantes do PTS, uma moção de repudio ao golpe no Brasil.

A atividade de ontem foi emotiva começando com projeções de vídeos sobre a história do primeiro de maio, relembrando os mártires de Chicago e a história desta data na Argentina, e contou também com emotiva esquete teatral sobre as duras condições de trabalho e vida da mulher trabalhadora entre uma patronal dos engenhos de açúcar e tabaco e a reprodução do machismo por seu companheira.
Terminada essas atividades políticos-culturais a atividade contou com falas da dirigente da Juventude do PTS, Andrea Gutierrez, com o dirigente operário do PTS Alejandro Vilca e com o diretor do Esquerda Diário, Leandro Lanfredi.

A atividade teve cobertura da mídia local.

Com a recém lançada agrupação Juventud a la Izquierda que reúne militantes do PTS e independentes em vários cursos da Universidade Nacional de Jujuy abriu a atividade saudando a luta internacional da juventude no Chile, no Brasil, na França o que deu todo o tom internacionalista da jornada. Andrea, também marcou a luta neste estado do norte, junto aos setores de trabalhadores estatais e dos engenhos.
A atividade continuou com a fala de Alejando Vilca, gari nesta terras nortenhas que denunciou o ajuste de Macri, como não só aqui com um governador da base de apoio deste governo saudado pela direita de todo continente, mas inclusive os governadores kirchneristas, até mesmo a irmã do ex-presidente Nestor Kirchner, Alicia Kirchner, promove duros ajustes. Toda uma casta política, que aparece nos “Panama Papers” e quer fazer os trabalhadores argentinos pagarem pela crise. Vilca ressaltou como o avanço da direita no continente não significa que os trabalhadores estão derrotados, ontem mesmo, sem que as centrais sindicais burocráticas promovam nenhuma greve houve uma importante concentração de trabalhadores em Buenos Aires.

No final da atividade Leandro Lanfredi explicou o que está acontecendo no Brasil e remarcou a importância do que o PTS, está promovendo em nosso país vizinho. Além de retomar esta tradição internacionalista do primeiro de maio, a luta contra um golpe e contra medidas que atacam as liberdades democráticas são um princípio para a esquerda revolucionária. Na atividade Leandro Lanfredi também remarcou como esta crise vivida no Brasil marca diferenças muito grandes na esquerda, que se divide não só no Brasil entre um setor aplaude os resultados do golpe como é o caso do PSTU e da CST/PSOL, e um outro como a maioria do PSOL que denuncia o golpe mas tal como o petismo não promove nenhuma medida de luta e exigências as centrais sindicais.

Na Argentina, o PTS consequente com o internacionalismo e este princípio também levou a que a Frente de Esquerda tivessse dois atos com conteúdo muito diferentes. Por um lado estas grandes ações contra o golpe no Brasil que o PTS promove, e um outro ato promovido pelas outras forças da Frente de Esquerda onde acordaram não se pronunciar sobre o que acontece em nossas terras.

O avanço da direita em nosso país será um marco para a direita em todo o continente, uma parcela dos trabalhadores e da juventude argentina percebem isto e erguem sua voz junto a quem como o MRT luta no Brasil para derrotar o golpe e lutar contra os ajustes de todos governos, exigindo da CUT e sindicatos verdadeiras e urgentes medidas de luta.




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