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RESULTADO CONTROVERSO DA ELEIÇÃO DO DCE DA UERJ | Na eleição do DCE da UERJ, milhares buscaram uma alternativa à esquerda do PT e PCdoB, como seguir essa luta?

quarta-feira 30 de novembro de 2016 | Edição do dia

Nos dias 22, 23 e 24 ocorreram as eleições do DCE da UERJ. Nela, concorreram a chapa 1, composta pelo PT e PCdoB (atual gestão do DCE), que teve contabilizados 2902 votos. E a chapa 2, composta por nós da Faísca (MRT e independentes), pelo RUA, NOS, Brigadas Populares e PCB, além de uma série de independentes, que teve contabilizados 2820 votos. Foram apenas 82 votos de diferença para a chapa 1, numa eleição que teve seu resultado absolutamente distorcido, fruto de um erro grave da comissão eleitoral, que prejudicou a Frente Negra na eleição para as cadeiras no Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão - CSEPE e no que se trata da eleição do DCE, a chapa 2.

O caos provocado pelo erro grave da comissão eleitoral, somados ao processo corrido, impôs em consequência da atuação da chapa 1, que o processo eleitoral não virasse um grande debate entre os estudantes. Foram um total de 6 dias, sem debates na maioria das unidades e nos que ocorreram pouquíssima divulgação e participação da base. Além disso, consideramos a absurda a postura da chapa 1 em ter aberto as urnas em dia de paralisação dos técnicos administrativos e professores, num total desrespeito a estas categorias e ao conjunto dos alunos que são dos cursos que tiveram suas aulas paralisadas. A chapa 1 mostrou mais uma vez que se preocupa mais com os votos do que com a luta.

Por conta disso a chapa 2 saiu extremamente prejudicada, estes problemas afetarão principalmente os cursos onde tivemos mais votos e nos quais centenas de estudantes não puderam votar. No período noturno a situação foi ainda mais grave, praticamente houve apenas 1 dia de votação, ao invés de 3. Mesmo nesse contexto, o anseio em amplos setores de tirar o DCE da UERJ do imobilismo se expressou com muita força na eleição, quase impondo uma vitória da chapa 2 mesmo nesse cenário, mostrando que os estudantes querem um novo DCE.

Nós da Faísca entramos nessa chapa de oposição a partir da importância de dialogar com este anseio e de termos a partir das discussões, chegado num acordo programático na chapa a partir de 3 questões fundamentais: 1) posicionamento claro da chapa contra o golpe e o governo golpista (diferente do que queria o PSTU, que acabou saindo da chapa por esse motivo); 2) posicionamento da chapa contra a Lava Jato, que vem sendo um mecanismo legitimador do poder judiciário por trás de um suposto combate à corrupção, mas que agora está sendo o agente de diversos ataques; 3) a chapa se delimitasse do PT, que já vinha aplicando ajustes e utilizando os métodos da corrupção que o golpe veio somente para aprofundar.

Levantamos em comum com a chapa todos os aspectos progressistas do programa que chegamos em comum, mas sem deixar de destacar os fatores que, como Faísca defendemos como fundamentais para enfrentar a crise da UERJ e, para os desafios que estão colocados para o movimento estudantil na atual conjuntura nacional e estadual. O fato é que apesar do resultado, os estudantes mostraram que querem mudança e precisamos manter toda essa força organizada porque a chapa 1 vai seguir sendo uma entidade burocrática, ligada à reitoria, com todo tipo de alianças espúrias como as que fazem com partidos golpistas Brasil à fora como o PMDB, PSDB dentre outros, mesmo depois do golpe institucional. Queremos fazer um chamado a todos os estudantes – em especial os mais de 3000 que queriam a vitória da chapa 2, a nos organizarmos a partir das bases para reorganizar todo o movimento estudantil da UERJ e construir uma alternativa à chapa 1.

Propomos que as entidades que são compostas por membros ou apoiadores da chapa 2 se organizem numa verdadeira coordenação de entidades de base de luta, chamando todas da UERJ que queiram se somar, para impulsionar as lutas desde já dentro da universidade. Isso passa por fazermos desde já uma enorme campanha de pelo pagamento das bolsas dos cotistas e solidariedade à greve dos servidores da UERJ que estão enfrentando o pacote de maldades do Pezão.

É necessário um balanço autocrítico do erro grave da comissão eleitoral (inclusive dos membros da chapa 2) por não ter incluído na cédula para a eleição do CSEPE o nome da Frente Negra. Independente da crítica que possa haver a um ou outro método, a Frente Negra foi vítima de um erro grave que não pode ser minimizado. Por isso, desde que foi identificado o problema, nós da Faísca defendemos que fosse cancelada as eleições dos conselhos no CCS. Erramos em não ter feito isso publicamente e nos autocriticamos por não ter defendido que fossem refeitas o conjunto das eleições, incluindo a do DCE, entendendo que aquela era a gota d’água de um processo já bastante comprometido.

É claro que os votos dos estudantes foram prejudicados com uma distorção que poderia ter dado a vitória para a chapa 2, tornando o processo antidemocrático, tanto com a Frente Negra, quanto com o conjunto dos estudantes. Frente a isso, chamamos a abrir um debate com todo o movimento estudantil sobre a eleição do DCE, para garantir que seja respeitado o direito democrático do conjunto dos estudantes isso, pois consideramos a vitória da chapa 1 ilegítima e as eleições deveriam ser refeitas. E independentemente do desfecho deste processo, manter organizada essa força que se expressou nos mais de 3000 que queriam a chapa 2 no DCE, para lutar pelo pagamento das bolsas e em solidariedade aos técnicos em greve em conjunto com os demais setores na universidade.




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