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ESQUERDA DIÁRIO IMPRESSO | Na USP e nas universidades estaduais avançam os ataques das reitorias

quarta-feira 20 de julho de 2016 | Edição do dia

No último dia 12 o Conselho Universitário (CO) da USP aprovou a proposta de um novo Plano de Incentivo a Demissão Voluntária, defendido pelo Reitor Zago. A justificativa do Reitor é que a causa da crise da Universidade seria o excesso de trabalhadores. Porém, foi exatamente o último PIDV, realizado há menos de dois anos, o responsável pelo fechamento do pronto socorro à noite e de metade dos leitos do HU, de todas as vagas nas creches, de aulas obrigatórias na Escola de Aplicação, da terceirização de restaurantes e uma longa lista.

Enquanto isso, a Universidade paga salários de cerca de 30 mil reais a burocracia acadêmica, como o ex-chefe de gabinete, Osvaldo Nakao, que recebeu mais de meio milhão no PIDV anterior, por seu contrato como engenheiro, e recebe hoje o mesmo super-salário como professor.

A mesma reunião aprovou as vagas do vestibular do ano que vem sem debater cotas raciais. E, através do SiSU adotado no ano passado – de forma que as vagas foram mais inacessíveis do que pela FUVEST –, a reserva de vagas para negros e indígenas ficou em ínfimos 5%, garantindo que a USP continue a universidade mais elitista e racista do país.

Estes temas estão no centro da greve de trabalhadores, estudantes e professores das três universidades estaduais paulistas. Na UNICAMP os estudantes estão em uma queda de braço com a Reitoria e setores da direita pela garantia de nenhuma punição ao movimento. Na UNESP sequer o reajuste de 3% – que o Reitor reconheceu ser ridículo – foi garantido e as três categorias seguem em greve.

No dia 15, a justiça manteve o corte de salários dos trabalhadores da USP. A decisão foi preliminar, e o julgamento definitivo sobre o corte e a greve será nas próximas semanas. Isso mostra como a justiça, parte do Estado burguês, foge ao controle dos trabalhadores, que só podem confiar em suas próprias forças. Ameaçados com o terceiro corte salarial, os trabalhadores decidiram suspender essa heroica greve para preservar as forças para a guerra que segue.

De fundo está a luta por uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo pobre e a resistência aos mesmos ataques aplicados em todo o país pelas mãos do governo golpista de Temer.




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